Michel Temer foi enviado pelo também ex-presidente Jair Bolsonaro ao Supremo Tribunal Federal (STF) para garantir que não atacaria a Corte ou ministros dela durante seu discurso em ato na Avenida Paulista neste domingo (25). Ele foi escalado para conversar pessoalmente com magistrados antes do evento. A informação é do Blog da Daniela Lima no g1.
Segundo integrantes do Supremo, Temer afirmou que Bolsonaro sabia dos riscos de um ataque às instituições e prometeu que ele e seus aliados baixariam um tom e falariam em uma “pacificação” do país durante o evento.
Bolsonaro cumpriu sua promessa, mas o pastor Silas Malafaia, idealizador e financiador do ato, decidiu atacar o ministro Alexandre de Moraes e a própria Corte durante seu discurso no trio elétrico.
Internamente, membros do STF avaliam que o ato na Paulista não altera sua situação nos inquéritos. Integrantes da Corte afirmam que a investigação que apura plano de golpe para mantê-lo no poder tem provas muito robustas, como a reunião golpista de julho de 2022 e mensagens de aliados.
Essa é a segunda vez que Temer é acionado por Bolsonaro em um momento de crise com a Corte. Em 2021, logo após o ato golpista de 7 de setembro, ele foi chamado pelo então presidente para redigir uma carta com um pedido de desculpas e elogios a Moraes.
Na ocasião, Bolsonaro havia chamado o magistrado de “canalha” e ameaçado não cumprir mais determinações judiciais, o que gerou crise com o Supremo.