Publicado originalmente no blog de Moisés Mendes
Por Moisés Mendes
Bolsonaro apareceu com uma franja fashion para anunciar a demissão de Mandetta como o que definiu como um “divórcio consensual”.
E assegurou que demitiu Mandetta para defender a vida e os empregos.
Parecia confuso, lento e estalando a boca seca. Falou da mãe, misturou a história da mãe com os trabalhadores informais, olhou quase sempre pra baixo e repetiu a palavra ‘probremas’.
Bolsonaro estava muito branco. O tom geral foi o da defesa do fim do isolamento e a reafirmação do confronto com governadores e prefeitos.
Uma frase estranha, mal construída: “Não furtarei a minha responsabilidade”.
Uma cutucada em Doria Junior:
“Jamais mandaria as minhas Forças Armadas prenderem quem estivesse nas ruas”.
A impressão que deixou é a de que estava sem forças.
O Colete do SUS
Mandetta reapareceu para a última entrevista, já demitido, vestindo o colete do SUS e exaltando o sistema único de saúde.
Imagina-se que seja um gesto sincero, porque ninguém mais poderá, depois da pandemia, manipular a marca e a história do SUS impunemente.
As Máscaras
Uma cena inusitada na coletiva de despedida de Mandetta e sua equipe. Muitos assessores apareceram com máscaras, o que nunca tinham feito antes.
Mandetta perguntou o motivo, ninguém respondeu e ele determinou que tirassem as máscaras, porque estavam um longe do outro e longe dos jornalistas.