Nesta quinta-feira (12), a Secretaria-geral da Presidência da República divulgou os gastos com o cartão corporativo durante a gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). As informações foram disponibilizadas pela Fiquem Sabendo, agência de dados públicos especializada na Lei de Acesso à Informação (LAI).
Vale destacar que dados referentes aos gastos do cartão corporativo haviam sido negados durante o governo Bolsonaro sob o argumento de que a divulgação das informações poderiam colocar em risco o então presidente e seus familiares.
O ex-capitão gastou ao menos 27,6 milhões de reais nos cartões. Dos 59 tipos de despesas feitas, os gastos com hotel foram os que mais consumiram recursos. Ao menos R$ 13,6 milhões foram desembolsados com hospedagem em locais de luxo.
O endereço favorito de Bolsonaro foi o Ferraretto Hotel. O estabelecimento recebeu R$ 1,46 milhão do ex-presidente. As dez maiores notas fiscais de despesas no cartão corporativo são de hospedagem, variando entre R$ 115 mil e R$ 312 mil.
Há uma nota de R$ 109 mil no Sabor de Casa, estabelecimento que fornece marmitas em Boa Vista, Roraima. Bolsonaro passou por lá quando foi verificar a situação de refugiados vindos da Venezuela. O mesmo local recebeu mais dois pagamentos em setembro do mesmo ano nos valores de R$ 28 mil e R$ 14 mil.
A padaria carioca Santa Marta recebeu cerca de R$ 362 mil do cartão corporativo da presidência. Na véspera de uma motociata realizada no Rio de Janeiro, o ex-presidente gastou R$ 33 mil no local. Em outras motociatas, na Serra Gaúcha e em Porto Alegre, Bolsonaro gastou R$ 166 mil em alimentação, combustível e novamente hospedagem.
O ex-capitão também desembolsou cerca de R$ 8,6 mil em cinco sorveterias. No total foram feitas 62 compras. Em um mercado gourmet de Brasília, Bolsonaro fez 1,2 mil aquisições, somando R$ 678 mil. Foram realizados gastos em um pet shop também na capital federal, entre fevereiro e abril de 2022, totalizando R$ 1,8 mil.
Bolsonaro gastou R$ 1 mil em lojas de cosméticos, por onde passou 11 vezes e fez duas compras na filial da Havan no DF, totalizando R$ 460. Ele também gastou R$ 10 mil em panificadoras e R$ 1,4 mil em serviço de antena parabólica.
As informações mostram, no entanto, que o ex-presidente usou o cartão corporativo para compras pessoais, mesmo recebendo salário acima dos 30 mil reais mensais.