Na última terça-feira (2), o presidente Jair Bolsonaro (PL) inventou que a Argentina teria aderido à linguagem neutra. A informação, porém, foi desmentida pela embaixada do país no Brasil.
Ao contrário do que o Chefe do Executivo afirmou, o tema segue gerando debate e a linguagem já foi até mesmo proibida em escolas de Buenos Aires, a capital do país.
A única iniciativa sobre a temática feita pela embaixada argentina foi uma resolução do Ministério de Obras Públicas.
Nela, é constatado “o uso da linguagem e da comunicação não sexista e inclusiva como formas expressivas válidas nas produções, documentos, registros e atos administrativos de todos os âmbitos desse ministério”. Contudo, a iniciativa não torna a linguagem inclusiva oficial no país.
Em seu perfil no Twitter Bolsonaro criticou a suposta medida.
“No que isso ajuda o seu povo?”, questionou ele. “A única mudança provocada é que agora há ‘desabastecimente’, ‘pobreze’ e ‘desempregue’. Que Deus proteja os nossos irmãos argentinos e os ajude a sair dessa difícil situação”, continuou.
A Secretaria de Educação de Buenos Aires considerou que a nova forma de fala e escrita viola as regras do espanhol e afeta a compreensão de leitura dos alunos e impediu seu uso no ambiente escolar.
No país, ao menos cinco ONGs entraram com ações judiciais contra a medida.
A linguagem neutra é usada para incluir pessoas que não se sentem confortáveis em usar os pronomes tanto masculinos como femininos, aderindo a pronomes como “elu” e “delu”.