Na última quarta-feira, 2, o governo do presidente Jair Bolsonaro (PL) não aderiu a uma ação desencadeada por 39 países contra o governo de Vladimir Putin no Tribunal Penal Internacional (TPI), em Haia.
A investigação aberta tratará de possíveis crimes de guerra, crimes contra a humanidade e genocídio na Ucrânia. As acusações remontam à questão da Crimeia, em 2013, mas também cobrem o conflito desencadeado pela invasão da Rússia.
O processo foi solicitado pelos governos europeus, além de Canadá, Reino Unido, Austrália, Colômbia e Costa Rica. O Brasil não foi um deles. Mesmo aliados próximos do presidente Jair Bolsonaro, como Hungria e Polônia, assinaram a queixa.
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Bolsonaro em Haia
Em Haia, Bolsonaro é alvo de pelo menos cinco queixas por parte de indígenas, grupos de ativistas, sindicatos e advogados internacionais. Ele é acusado de crimes contra a humanidade e genocídio e, nos últimos anos, debateu o assunto inclusive com Israel, país que também é alvo de investigações no TPI.
Segundo apurações da coluna do UOL, o governo Bolsonaro não acredita que, neste momento, a abertura de um inquérito vá ajudar no processo de silenciar os tanques e que pode inclusive ampliar a tensão internacional.
O embaixador do Brasil na ONU, Ronaldo Costa Filho, disse que a resolução “não vai longe suficiente” e alertou que um cessar fogo é apenas o primeiro passo para atingir a paz. “Para que haja paz sustentável, ele precisa ir além”, alertou.