Jair Bolsonaro realizou uma façanha que poucos chefes de Estado no planeta conseguiram durante seus mandatos presidenciais.
Ainda que da pior maneira possível, em apenas oito meses o presidente brasileiro conseguiu chamar a atenção do mundo inteiro para a sua peculiar forma de governar e, sobretudo, suas inevitáveis consequências.
Apesar de sua arrogância convicta, a sua ignorância orgulhosa e a sua truculência desmedida o tornarem para o mundo político internacional já há muito tempo uma espécie de animal exótico dos trópicos, a real dimensão de sua escatologia era conhecida a fundo mesmo apenas em território nacional.
Foi, portanto, a partir da sua eleição para presidente da República que o mundo pôde perceber de fato o quanto uma nação inteira pode se rebaixar em matéria de miséria política.
Não que sua mera (in)atividade parlamentar já não desse sinais mais do que suficientes para que países bem mais civilizados do que o nosso já o considerassem, ele próprio, uma afronta à civilidade humana.
Como esquecer que o site australiano News, já nos idos de 2016, havia declarado, via eleição, Jair Bolsonaro como o político “mais abominável no mundo”?
Era sua fama o precedendo.
Mas o fato é que contra todos os mais básicos instintos de sobrevivência, o brasileiro médio, numa demonstração ímpar de seu analfabetismo político, achou por bem eleger um facínora ao invés de um professor.
Irresponsabilidades cívicas à parte, a questão é que uma vez eleito, o “mito” não demorou para mostrar a que veio.
Numa cruzada pessoal e alucinada contra a educação, a cultura, as mais diferentes formas de arte, os direitos trabalhistas e previdenciários, as conquistas sociais e as políticas de inclusão, Bolsonaro fez de sua gestão, em questão de meses, uma ode ao fascismo.
Mas, verdade seja dita, nada teve tanta repercussão internacional quanto a sua declarada aversão à indiscutível necessidade de preservação do meio ambiente.
Mais do que puro descaso, Bolsonaro atuou ativamente em prol das atividades ilegais na Amazônia legal brasileira incentivando crimes ambientais na mesma medida em que desmantelava importantes órgãos de controle, monitoração, prevenção e combate às queimadas e ao desmatamento na região.
Pária ambiental no mundo inteiro, não demorou para que personalidades do mundo artístico e líderes políticos de grandes potências econômicas começassem a perceber o potencial de risco de um verdadeiro desequilibrado à frente de uma nação detentora de imprescindíveis recursos naturais como o Brasil.
Do ator Leonardo DiCaprio a Chanceler da Alemanha Angela Merkel, passando por países da Escandinávia como Noruega e Dinamarca, o sentimento a respeito do homem que elegemos para presidente tornou-se um só.
Agora, com a tragédia definitivamente instalada, muito em parte de forma irreversível, o que até pouco tempo era séria preocupação, virou crise internacional ao ponto do presidente da França exigir ações urgentes do G7, o grupo dos sete países economicamente mais poderosos do mundo.
Já António Guterres, Secretário-geral da ONU, afirmou sua preocupação com as queimadas na floresta amazônica e pediu urgente proteção à biodiversidade da região.
Jornais de todo o globo alertam que o presidente do Brasil tornou-se uma ameaça real ao planeta.
Fora tudo, as imagens de destruição da fauna e da flora amazônica que rodam o mundo possuem potencial de transformar Jair Bolsonaro no homem mais odiado do planeta.
É, enfim, a única, clara e óbvia unanimidade que um sujeito como o Messias poderia obter frente à humanidade.
Jair Bolsonaro, por tudo o que já fez e está fazendo com o Brasil e o mundo, é, na opinião de todos, seguramente o político mais irresponsável, incompetente e inoperante que a história recente já presenciou.