Algumas das pessoas que que mais enviaram Pix para Jair Bolsonaro (PL) já haviam doado R$ 470 mil para a campanha à reeleição do ex-presidente. Segundo a lista, das 20 pessoas que mais doaram dinheiro a Bolsonaro desde janeiro, sete já teriam feito outras doações.
Entre os maiores doadores está o integrante de uma empresa acusada de exigir dos funcionários voto em Bolsonaro nas eleições de 2022 e um marinheiro que ganha R$ 4 mil e doou R$ 20 mil, segundo um levantamento feito pelo Coaf a pedido da CPMI do 8 janeiro, que investiga os ataques nas sedes dos Três Poderes, em Brasília.
Neste ano, Bolsonaro recebeu R$ 17,2 milhões de apoiadores via Pix. O valor corresponde quase à totalidade dos R$ 18,5 milhões que circularam nas contas do ex-presidente em 2023.
Em junho, o ex-presidente divulgou seu CPF, que é o número de seu Pix, para que apoiadores fizessem as transferências. A campanha foi propagada pelo ex-secretário de Comunicação da Presidência, Fábio Wajngarten, e outros apoiadores.
Aliados de Bolsonaro alegaram que o ex-presidente seria vítima de “assédio judicial” e que precisava de ajuda para pagar “diversas multas”.
Bolsonaro, além de não ter quitado as multas, ainda caçoou do valor arrecadado. Durante evento do PL Mulher em Santa Catarina, o ex-presidente disse que o dinheiro arrecadado deu para “pagar as contas” e ainda sobrou para o “pastel e caldo de cana”.
O relatório do Coaf enviado à CPMI traz a lista dos 20 maiores doadores. Os valores variam entre R$ 5 mil e R$ 20 mil no período.
No topo está o marinheiro reformado Pedro Cipriano, de 78 anos, que enviou R$ 20 mil para o ex-presidente. Ele também doou à campanha de Bolsonaro nas últimas eleições, mas um valor modesto, de R$ 2. Cipriano foi cabo da Marinha e está reformado desde 2001. Ele tem uma remuneração bruta de R$ 4.019,31, conforme o Portal da Transparência, e é sócio, ao lado de outras 16 pessoas, de uma empresa de navegação com capital social de R$ 38 mil.
Apesar da doação de R$ 20 mil, o marinheiro acumula hoje em seu nome dívidas ativas de R$ 4,1 mil em IPTU à Prefeitura de Itajaí, além de R$ 1,6 mil ao governo de Santa Catarina, segundo informações do Estadão.
O empresário Gilson Lari Trennepohl também está incluído na lista. Ele é vice-prefeito de Não-Me-Toque, no interior do Rio Grande do Sul, e sua família é dona da Stara, empresa do ramo de máquinas e implementos agrícolas.
Em 2022, a companhia foi alvo de uma ação do Ministério Público do Trabalho (MPT) acusada de assédio eleitoral a favor de Bolsonaro durante a campanha eleitoral. Na ocasião, a Stara emitiu um comunicado ameaçando cortar 30% do orçamento caso Lula ganhasse a eleição.
Gilson Lari já havia doado R$ 350 mil para Bolsonaro nas eleições do ano passado. Agora, repassou mais R$ 5 mil para ajudar o ex-presidente a pagar suas dívidas.
Também fizeram doações o ex-ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Admar Gonzaga, o locutor de rodeios Cuiabano Lima e o empresário Marcos Ermírio de Moraes, membro da família fundadora do Grupo Votorantim.
Veja a lista das pessoas que mais fizeram doações a Bolsonaro em 2023:
Partido Liberal – R$ 47.865,34
Cecilia Nascimento Crippa – R$ 20.000,00
Pedro Cipriano – R$ 20.000,00
Carlos Monteiro De Oliveira – R$ 10.010,00
Jurema Caldas Siqueira Amaral – R$ 10.000,00
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Marcos Ermirio De Moraes – R$ 10.000,00
Andraus Araujo De Lima – R$ 10.000,00
Banco Daycoval S.A. – R$ 9.647,43 (62 lançamentos)
Paolo Papaiz – R$ 5.000,00
Maria Bernardete Demeterco Raad – R$ 5.000,00
Marcelo De Toledo Cerqueira – R$ 5.000,00
Rosangela Deliza – R$ 5.000,00
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Luiz Ricardo Samia – R$ 5.000,00
Amauri Heitor De Mendonca – R$ 5.000,00
Joao Carlos Colpo – R$ 5.000,00
Gilson Lari Trennepohl – R$ 5.000,00
Admar Gonzaga Neto – R$ 5.000,00
Karina Carvalho De Almendra Freitas Mendes – R$ 5.000,00
Haroldo De Sa Quartim Barbosa – R$ 5.000,00
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Carmed Emergencias Med Ei – R$ 5.000,00