Às vésperas das eleições, a campanha do presidente e candidato à reeleição Jair Bolsonaro (PL) divulgou nesta quarta-feira (28), um documento do PL que tem como estratégia trazer à tona, novamente, questionamentos sobre a segurança do sistema eleitoral do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
O documento tem duas páginas e é utilizado na campanha bolsonarista como “plano B”, caso Bolsonaro seja derrotado pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no primeiro turno. Com esse plano, portanto, Bolsonaro assumiu estar preparando o terreno para ir contra o resultado da votação neste domingo (2).
“Grandes organizações, com alto investimento em segurança da informação, frequentemente, têm sido alvo de sequestro dos seus sistemas, por organizações criminosas com objetivo de extorsão”, afirma um trecho do documento, intitulado “Resultados da Auditoria de Conformidade do PL no TSE”.
“O quadro de atraso encontrado no Tribunal Superior Eleitoral, referente à implantação de medidas de segurança da informação mínimas necessárias, gera vulnerabilidades relevantes. Isto poderá resultar em invasão interna ou externa nos sistemas eleitorais, com grave impacto nos resultados das eleições de outubro”.
A nota divulgada pelo PL alega claramente que o resultado das eleições do próximo domingo pode ser manipulado dentro do TSE.
“Somente um grupo restrito de servidores e colaboradores do TSE controla todo o código fonte dos programas da urna eletrônica e dos sistemas eleitorais. Sem qualquer controle externo, isto cria, nas mãos de alguns técnicos, um poder absoluto de manipular resultados da eleição, sem deixar qualquer rastro”, diz o texto.
“Não foram encontrados os procedimentos necessários para proteger estas pessoas expostas politicamente (PEP) contra a coação irresistível, gerando outro risco elevado”, segue o documento do PL.
A equipe de campanha do presidente avaliou que o documento oferece a Bolsonaro um “verniz técnico” para execução de seu plano de não reconhecer a vitória de Lula, caso isso aconteça, conforme as últimas pesquisas vem apontando.
No dia 19 de Setembro, o documento de auditoria de conformidades do PL foi concluído. De acordo com o partido, foram encontradas 24 falhas no sistema eleitoral. Mesmo fazendo um levantamento de suspeitas graves contra o sistema eleitoral, o PL informou que o trabalho do partido permitiu o TSE “tomar precauções necessárias para prevenir e detectar erros e fraudes e garantir a integridade dos resultados das eleições de 2022”.
“A equipe técnica do PL continua à disposição do TSE, para contribuir no aperfeiçoamento da governança de TI e da gestão de segurança da informação”, sustentou o partido, falando que as ações do TSE podem não ter sido suficientes.
O documento que ataca diretamente o sistema eleitoral foi divulgado, segundo o partido, porque o TSE não respondeu aos “inúmeros pedidos de reunião” da sigla para tratar dessas questões.
“Não obstante a urgência e a gravidade das evidências encontradas, o TSE não respondeu, até o momento, aos inúmeros pedidos para agendar uma reunião para tratar do tema. Este fato tornou necessária a divulgação dos resultados da avaliação da equipe técnica do PL, sobre os documentos públicos encontrados”, diz o PL.
Veja os principais trechos do documento divulgado: