Jair Bolsonaro, candidato a reeleição, retomou um velho costume revelado na campanha de 2018 durante a entrevista concedida nesta segunda-feira ao Jornal Nacional (22): anotar tópicos chaves de seu discurso na mão, à caneta.
Hoje as palavras anotadas foram Nicarágua, Argentina, Colômbia e ainda o nome do doleiro Dário Messer, conhecido como o “doleiro dos doleiros”.
Certamente, Bolsonaro pretendia questionar a posição do PT em relação à Nicarágua, onde o presidente Daniel Ortega, de origem sandinista, vem recrudescendo o regime. O PT é abertamente simpático ao governante.
O presidente também mencionaria a Argentina, país que vive sérios problemas econômicos e cujo presidente é simpatizante do ex-presidente Lula. Além disso, a vice-presidenta Cristina Kirchner se vê às voltas com denúncias que podem condená-la a 12 anos de prisão.
A Colômbia recentemente elegeu um presidente de esquerda, Gustavo Petro, e certamente o fato seria alvo de algum comentário depreciativo por parte do postulante à reeleição.
Dário Messer, por sua vez, é um velho conhecido do noticiário por conta do escândalo das CC5 e da CPI do Banestado, o primeiro grande caso da carreira de Sérgio Moro.
Durante os quarenta minutos da entrevista, Jair não conseguiu abordar nenhum dos assuntos.