Um clima tenso se instalou no Partido Liberal (PL) após o ex-presidente Jair Bolsonaro enviar um severo recado em um grupo fechado no WhatsApp. Principal figura do partido, ele está se recusando a apoiar candidatos da sigla que se aliem ao PT nas eleições municipais deste ano.

O impasse reflete uma crescente tensão entre ambas as partes em relação às alianças eleitorais regionais. O líder da extrema-direita tem manifestado resistência em apoiar candidatos de seu partido que formem coligações com o PT, especialmente em municípios onde o ex-presidente teve uma expressiva votação em 2022.

Um exemplo notável é a cidade de Jaciara, em Mato Grosso, onde ele obteve 67,92% dos votos contra 32,08% de Lula. No entanto, o PL está considerando uma aliança com o PT para as eleições locais.

Em um recado contundente, o ex-presidente afirmou: “Confirmada a coligação PT/PL em Jaciara (MT), me coloco à disposição de candidatos de outros partidos para ir a esse município e fazer campanha contra os candidatos da coligação PT/PL”.

A tensão se estende a Carapebus, no Rio de Janeiro, onde o PL está explorando uma possível coligação com o PT e o PDT. Na cidade fluminense, Bolsonaro recebeu 56,25% dos votos em 2022, enquanto Lula obteve 43,75%. A ameaça do ex-presidente pode impactar a estratégia do PL na região, que está considerando alianças controversas.

Bolsonaro argumenta que é incoerente a legenda criticar a aliança de Lula com Nicolás Maduro enquanto está disposto a formar uma coligação com o PT, que segundo ele também demonstrou apoio ao ditador venezuelano. Para Jair, a política nacional e os princípios mais amplos devem prevalecer sobre os interesses regionais.

O desenrolar dessa disputa interna pode levar a sigla a reavaliar suas alianças com o PT. A ameaça de Bolsonaro em retirar seu apoio aos candidatos do PL que se unirem ao PT pressiona o partido a reconsiderar suas estratégias eleitorais e suas coligações regionais.