De acordo com o jornalista Josias de Souza, colunista do UOL, partiu do presidente Jair Bolsonaro (PL) a ordem para que o ministro da Defesa, general Paulo Sérgio de Oliveira, respondesse às declarações do ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Luís Roberto Barroso.
O ministério comandado pelo militar divulgou uma nota em que chamou de “irresponsável” e considerou “ofensa grave” a afirmação do magistrado sobre as Forças Armadas estarem sendo “orientadas” para atacar o processo eleitoral.
Apesar de não ter sido citado explicitamente como o motivador da resposta a Barroso, o presidente “vestiu a carapuça”, segundo Josias. Ele lembrou que Bolsonaro, quando Barroso estava a duas semanas de deixar a presidência do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), “declarou que o órgão ‘ficou em silêncio’ ao receber ‘dezenas de vulnerabilidades’ identificadas pelo Exército no sistema eletrônico de votação”.
Já neste domingo (24), ao recordar essa declaração, Bolsonaro afirmou que Barroso é “obrigado” a exibir provas de suas acusações. A nota do general Paulo Sérgio chamou atenção justamente para isso.
“Afirmar que as Forças Armadas foram orientadas a atacar o sistema eleitoral, ainda mais sem a apresentação de qualquer prova ou evidência de quem orientou ou como isso aconteceu, é irresponsável e constitui-se em ofensa grave a essas instituições nacionais permanentes do Estado brasileiro. Além disso, afeta a ética, a harmonia e o respeito entre as instituições”, diz um trecho do comunicado.