Publicado orginalmente em “O Tijolaço”
Sim, a oscilação de Jair Bolsonaro, na pesquisa Ipec que acaba de ser divulgada pela Rede Globo, foi dentro da margem de erro.
Mas mostra que o atual presidente não cresce e isso, a menos de um mês para as eleições, é mortal para suas pretensões de renovar seu mandato.
13 pontos de diferença para Lula, que segue impávido com os mesmos 44%. O que, entre os votos válidos, lhe dá 49,5%, permanecendo muito próximo dos 50% necessários para a vitória no primeiro turno.
O crescimento de Ciro Gomes e de Simone Tebet, na primeira pesquisa do Ipec a refletir os efeitos do debate e da propaganda eleitoral, essencial para ambos, não vai além do efeito residual de suas primeiras exposições maciças.
Ambos, assim como Soraya Thronicke. ganharam 1% e são estes três pontos que representam o mínimo que falta a Lula para definir em 1° turno.
Ganhá-los será mais fácil que sustentá-los, com candidaturas que não oferecem perspectivas de vitória e escassa significação política.
O processo plebiscitário que leva ao voto útil vai se por em marcha independentemente dos discursos dos candidatos.
Ao longo da semana, novas pesquisas começarão a indicar esta tendência.
Faltassem cinco ou dez pontos para Lula, não creio que pudesse ser cecisivo. Mas um ou dois pontos, apenas, o tornam muito provável, até porque a simulação de 2° turno (52% para Lula e 36% para Bolsonaro – ou 59,1% a 40,9%, nos válidos) mostra a distribuição dos votos na disputa real que está em curso.
Como se disse mais cedo, Jair Bolsonaro jogou sua cartada maior, a do Auxílio Brasil, sem obter nenhum efeito sobre suas intenções de voto.
Resta agora, apenas, a radicalização, ineficaz mas também inevitável.
E ela ajudará os que ainda não perceberam a perceberem que não se pode dar-lhe chances.
Lula, exceto por tropeços que sua experiência faz evitar, caminha para a vitória.