Mesmo com sinais indicativos de que poderia estar na mira da delação do tenente-coronel Mauro Cid, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) inicialmente hesitou em aceitar que seu ex-subordinado poderia comprometê-lo ainda mais perante a Justiça.
No entanto, na última quinta-feira (21), uma reviravolta aconteceu quando veio à tona a informação de que Cid detalhou em seu acordo uma reunião entre o ex-presidente e altos líderes militares para discutir uma minuta de golpe.
Isso levou os advogados de Bolsonaro a tomarem medidas urgentes, viajando de São Paulo para Brasília, onde se reuniram com o ex-mandatário para discutir a estratégia de defesa. As informações foram divulgadas pela colunista Bela Megale, do jornal O Globo.
Até então, os pessoas próximas a Cid haviam garantido aos emissários do ex-presidente que ele não estava diretamente envolvido nos relatos de Cid e que “nada de novo” havia sido apresentado. Bolsonaro aparentemente acreditava nessa versão.
Entretanto, a equipe de defesa do ex-capitão começou a considerar um cenário diferente. De acordo com auxiliares do ex-mandatário, Cid apresentou fatos que demonstraram uma maior proximidade entre o ex-presidente e o almirante Almir Garnier, que manifestou disposição em apoiar o golpe.
A estratégia atual dos advogados de Bolsonaro é atrair mais apoio de militares para o lado do ex-chefe do Executivo, com o objetivo de isolar o tenente-coronel.