O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) tem buscado a devolução de seu passaporte, apreendido pela Polícia Federal, para realizar uma viagem aos Estados Unidos antes das eleições americanas em 5 de novembro. O objetivo do político seria se encontrar com o ex-presidente norte-americano Donald Trump. O pedido foi feito ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), por meio de seus aliados. A informação é da Folha de Pernambuco.
A apreensão do passaporte ocorreu em fevereiro deste ano, como parte das investigações sobre a tentativa de golpe de Estado. Apesar de reiterar a solicitação para reaver o documento, o magistrado negou o pedido, afirmando que a saída do país representaria um risco para o andamento das investigações criminais.
Pedidos de aliados e tentativa de suspensão de tornozeleira eletrônica
Além do passaporte, aliados de Bolsonaro tentaram interceder junto a Moraes para remover as tornozeleiras eletrônicas de dois assessores do ex-presidente, Max Guilherme e Sérgio Cordeiro, que foram presos no ano passado sob suspeita de inserção de dados falsos no sistema de vacinação do SUS.
Ambos foram soltos, mas seguem com restrições de locomoção, conforme determinado pelo STF. Eles negam qualquer envolvimento em irregularidades.
Outro membro da equipe de segurança do ex-mandatário, Marcelo Câmara, também está em liberdade condicional. Após ser preso em maio de 2023, ele passou a usar tornozeleira eletrônica e está proibido de deixar Brasília. Câmara é acusado de integrar um grupo que planejou um golpe de Estado após as eleições de 2022, mas nega as acusações.
Jair Bolsonaro também tentou reverter a proibição de manter contato com Valdemar Costa Neto, presidente do PL. Ambos são investigados por participação em um esquema para invalidar o resultado das eleições de 2022. Segundo a Polícia Federal, o PL teria sido usado para financiar ações golpistas, o que Costa Neto nega.
Michel Temer e Carlos Marun na intermediação
Para tentar mediar a situação, Bolsonaro teria acionado Michel Temer (MDB), responsável pela indicação de Alexandre de Moraes ao STF, e Carlos Marun, ex-deputado e aliado político. Marun, que foi indicado por Bolsonaro para o conselho da Itaipu em 2020, teria levado os pedidos do ex-presidente a Temer. No entanto, até o momento, não houve indicações de que Moraes teria mudado sua posição.
Temer já foi responsável por mediar um pedido de desculpas de Bolsonaro a Moraes após os ataques do ex-presidente durante uma manifestação em setembro de 2021. O atual governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), também foi mencionado como possível intermediador com o ministro para amenizar as restrições.
Tanto Temer quanto Tarcísio não quiseram comentar o caso. Marun confirmou que os pedidos de Bolsonaro são amplamente conhecidos, reforçando o relacionamento próximo entre MDB e PL.
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