O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) se prepara para o depoimento à Polícia Federal, na quinta-feira (31), no qual terá que explicar sobre as joias e presentes recebidos enquanto ainda estava no poder.
Segundo a coluna de Carla Araújo, no UOL, assessores mais próximos e advogados viajaram a Brasília, nesta terça-feira (29), e passaram o dia na sala do ex-presidente na sede do PL na capital federal.
Frederick Wassef, que já representou a família Bolsonaro em várias investigações, não foi chamado. Ele também é investigado e vai prestar depoimento à PF por ter recomprado um Rolex que auxiliares do ex-presidente haviam vendido durante viagem aos Estados Unidos.
Wassef disse que usou dinheiro próprio para adquirir a peça e que a intenção era devolver o item à União. À época, ele negou dar detalhes sobre para quem ele entregou o Rolex. “Não vou falar, não posso falar. Quem solicitou não foi Jair Bolsonaro, e não foi o coronel Cid”, declarou.
No último dia 16, a PF apreendeu quatro aparelhos celulares do advogado. Ele foi interceptado pelos agentes enquanto estava em um restaurante no shopping Morumbi, em São Paulo.
A ausência de Wassef ocorre após rumores de que ele tenha tentado gravar integrantes da família, o que foi negado pelo senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), que saiu em defesa do advogado e ressaltou sua confiança na lealdade do aliado.
A lista de depoentes de quinta-feira inclui oito nomes. Além de Jair Bolsonaro, irão depor Michelle Bolsonaro, o ex-ajudante de ordens tenente-coronel Mauro Cid, Frederick Wassef, Fábio Wajngarten, o tenente Osmar Crivellati, o coronel Marcelo Câmara e o general Mauro Lourena Cid – pai do ex-ajudante de Bolsonaro.
Os depoimentos foram marcados para a mesma hora justamente para evitar que versões sejam combinadas. A oitiva também marca o primeiro encontro de Bolsonaro com Mauro Cid desde que o militar foi preso em maio.