A defesa de Jair Bolsonaro entrou com uma ação judicial contra Walter Delgatti Neto por suposta “imputação falsa” de crime. No processo, os advogados do ex-presidente dizem que o hacker fez uma acusação falsa ao dizer que ele tentou fazer uma interceptação clandestina.
Em depoimento à CPMI (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito) do 8 de Janeiro, Delgatti disse que Bolsonaro teria pedido para ele assumir a autoria de suposto grampo contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
“Segundo ele, eles haviam conseguido um grampo, que era tão esperado à época, do ministro Alexandre de Moraes. Que teria conversas comprometedoras do ministro, e ele precisava que eu assumisse a autoria desse grampo”, afirmou o hacker ao colegiado.
A queixa-crime contra Delgatti é assinada por sete advogados de Bolsonaro, incluindo Paulo Bueno, Daniel Tesser e Fabio Wajngarten. O crime de calúnia prevê reclusão de seis meses a dois anos, mas a defesa do ex-presidente pede que a pena seja aumentada por ter ocorrido na “presença de inúmeras pessoas”.
“Conforme restará pormenorizadamente demonstrado, o Querelado (Delgatti), em sua oitiva perante a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos atos de 8 de Janeiro de 2023, realizada na sede do Senado Federal em dia 17 de agosto de 2023, atribuiu ao Querelante (Bolsonaro) fatos determinados específicos — manifestamente mentirosos — definidos como crime, lesionando a sua honra objetiva perante inúmeras pessoas”, diz a ação.