O Grupo de Transição do governo Lula divulgou um relatório final com um diagnóstico da gestão de Jair Bolsonaro e uma série de propostas para corrigir os erros do chefe do Executivo. Segundo o documento, o presidente promoveu um “desmonte dos serviços públicos essenciais”.
“A herança do governo Bolsonaro é a desorganização do Estado e o desmonte dos serviços públicos essenciais. Esses processos foram contínuos, abrangentes e sistemáticos, sendo parte do seu projeto político-ideológico de redução e enfraquecimento institucional do Estado. O desmonte respondeu a uma lógica de menos direitos para a maioria, e mais privilégios para uma minoria”, diz o relatório.
Para o grupo, Bolsonaro deixa um legado “perverso” com seus quatro anos de governo por deixar 33,1 milhões de brasileiros passando fome e 125,2 milhões com algum grau de insegurança alimentar. O relatório também critica o corte de mais de R$ 10 bilhões na área da Saúde.
O texto também ressalta que a gestão “congelou” o valor da merenda escolar em R$ 0,36 por aluno, além de ter registrado recordes de feminicídio e promovido uma série de retrocessos nas políticas de igualdade racial e direitos indígenas.
O documento elaborado pela Transição ainda critica a gestão ambiental de Bolsonaro, apontando que 45 mil quilômetros quadrados de floresta foram derrubados na Amazônia. A política externa de Bolsonaro também foi criticada: “constata-se um profundo rebaixamento e desprestígio internacional do Brasil no concerto das nações”, diz o relatório.
O relatório tem 100 páginas e foi elaborado em 34 dias de trabalho da equipe que reuniu cerca de mil pessoas em 32 grupos técnicos. O novo governo deve avaliar se acolhe as sugestões.
Leia o relatório final na íntegra: