Bolsonaro provoca mais para posar de vítima. Por Fernando Brito

Atualizado em 11 de junho de 2022 às 22:23
Análise de Fernando Brito – Charge de Duke

Jair Bolsonaro voltou a escoicear hoje, na Flórida, os ministros do Supremo Tribunal Federal. Abriu, em solo estrangeiro, sua banca de imundícies para dizer que o ministro Luís Roberto Barroso de “mau-caráter” e “mentiroso”, por dizer que Bolsonaro teria divulgado dados de um inquérito sigiloso sobre tentativas de invasão dos sistemas da Justiça Eleitoral, e que Alexandre de Moraes de “psicopata”. Além disso, falou que pretendem fazer com ele o que a justiça boliviana fez com Jeanine Añez, condenada a 10 anos de prisão por ter assumido o poder num golpe de Estado naquele país.

É evidente que não o faria apenas para excitar os ânimos daqueles centenas de expatriados, muitos já por muitos anos distantes do seu país e que, com certeza, ficariam satisfeitos com uma penca de elogios do “chefe” por sua prosperidade e “vitórias”, além de algumas menções a Donald Trump.

Bolsonaro é um agente provocador, um homem empenhado em subverter a ordem democrática e o que busca é levar os ministros a perderem a paciência com os xingamentos agora quase diários e levá-los a responder imprudentemente, abrindo espaço para que ele se faça mais ainda de “vítima” de perseguidores todo-poderosos que, afinal, impedem-no de governar de forma diferente deste desastre que tem como saldo de três anos e meio de governo.

Como o sujeito ardiloso que é – e totalmente desprovido de princípios e caráter – constrói a narrativa de que está sendo golpeado, ameaçado e atacado, quando o que há, de fato, é que pretende golpear, ameaça e ataca.

Portanto, maracujina e resiliência para deixar que, tanto quanto possível, os arremessos de ferradura de Bolsonaro só atinjam o ar.

O importante é tirá-lo da presidência e colocar em seu lugar um governo que alivie o sofrimento dos brasileiros e que nos coloque, outra vez, no rumo do desenvolvimento com justiça social, não o de vingar-nos dele.

É isso que precisamos ajudar nosso povo a ver.

Como com Jeanine Añez, o resto é consequência da normalização do sistema de Justiça.

Fora do poder, Bolsonaro não terá motos, militares, talvez nem Nunes Marques com ele.

Quem sabe, consiga entregar pizza em Orlando. Isso se não der nojo aos clientes.

Publicado originalmente no site Tijolaço

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