Na crise do coronavírus, o que mais apavora Bolsonaro é a comparação com o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta.
É nítido o seu desconforto diante de qualquer notícia ou editorial que revele a aprovação ao trabalho do ministro e rejeição ao seu.
No esculacho recebeu da Globo, Bolsonaro, com a boca torta e um sorriso cínico, aparece dizendo:
“O nosso time está ganhando de goleada. Então, se o time está ganhando, vamos fazer justiça. Vamos elogiar o seu técnico, e o seu técnico chama-se Jair Bolsonaro”.
Impressionante. O presidente que a consultores e a imprensa mundial considera o mais incapaz do mundo quer elogio.
Diante disso, imagine-se o sofrimento de Bolsonaro nesta manhã com a manchete da Folha de S. Paulo sobre o Datafolha.
Ele aparece como anão: tem 35% de aprovação. Já o ministro da Saúde tem 55% de avaliação positiva.
Usando sua linguagem, está perdendo de goleada.
Também perde para os governadores, que ele atacou em entrevista na TV Record: 54% aprovam o trabalho dos chefes dos executivos estaduais.
A pesquisa, do Datafolha, é quantitativa, não é possível avaliar como o eleitor o vê especificamente, como traduz sua incompetência.
Esses elementos precisam ser colhidos de outras fontes, os formadores de opinião são um bom termômetro.
Na Suíça, um jornal o classifica do presidente mais idiota da face da Terra.
O presidente do grupo Eurasia, Ian Bremmer, que presta consultoria e faz pesquisa de risco político, diz que Bolsonaro é, seguramente, o presidente mais ineficaz do planeta na gestão da crise do coronavírus.
Além do esculacho da Globo, ele foi tema de um cartoon de André Guedes, que o mostra como um moleque que só atrapalha quem quer trabalhar.
No cartoon, que não está disponível para o público, ele aparece tentando chamar a atenção do público ao lado de Mandetta como um mau aluno de 5a série.
Este é o Bolsonaro na vida real, um inepto que não se contrange quando se elogia em público.
Se ele pudesse, demitiria Mandetta, por não fazer coro a ele na ladainha de que o coronavírus é só uma gripinha.
O presidente vai atrapalhar sempre que puder. Assim chama a atenção.
Bolsonaro quer ser a vedete e não entende que não passa de um palhaço cada vez mais sem graça.