Bolsonaro recebeu dólares de joias em viagem que disse na ONU ter acabado com corrupção

Atualizado em 13 de julho de 2024 às 21:23
Jair Bolsonaro. Foto: Divulgação

Na mesma viagem a Nova York em que recebeu um repasse de dólares provenientes da venda ilegal de joias, em setembro de 2022, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) discursou na Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) e afirmou que seu governo “extirpou a corrupção sistêmica” do Brasil.

Segundo a Polícia Federal (PF), que indiciou Bolsonaro por três crimes no último dia 4, o ex-presidente recebeu cerca de US$ 30 mil do general Mauro César Lourena Cid em um hotel de luxo em Nova York. A defesa de Bolsonaro nega irregularidades. A CNN tentou contato com a defesa do general, mas não obteve retorno.

No dia 20 de setembro de 2022, Bolsonaro discursou na 77ª Assembleia da ONU, em plena campanha eleitoral, criticando o Partido dos Trabalhadores (PT) e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva pelo escândalo da Operação Lava Jato. Ele afirmou: “No meu governo, extirpamos a corrupção sistêmica que existia no País.”

Contudo, segundo a PF, no mesmo dia em que fez esse discurso, Bolsonaro encontrou-se com Lourena Cid, que admitiu ter repassado cerca de US$ 30 mil da venda ilegal de joias no Omni Berkshire Place, um hotel de luxo em Manhattan.

Bolsonaro foi indiciado por lavagem de dinheiro, associação criminosa e peculato. Se condenado, pode pegar de 10 a 32 anos de prisão. Além de Bolsonaro e Lourena Cid, foram indiciadas outras nove pessoas, incluindo o tenente-coronel Mauro César Barbosa Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro e delator nas investigações.

Mauro César Lourena Cid. Foto: Divulgação

Em depoimento, Lourena Cid detalhou como ocorreu o repasse dos valores decorrentes da venda dos relógios Patek Philippe e Rolex, afirmando que os valores foram repassados de forma fracionada conforme a disponibilidade de encontros com Bolsonaro.

Entre os indiciados estão os ex-ministros Fabio Wajngarten e Bento Albuquerque. Wajngarten, que comandava a Secretaria de Comunicação Social (Secom), afirmou no X (antigo Twitter) que não violou a lei e que seu indiciamento é abusivo.

No último dia 8, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes deu um prazo de até 15 dias para a Procuradoria-Geral da República (PGR) se pronunciar sobre um possível oferecimento de denúncia contra os investigados.

O Ministério Público Federal (MPF) decidirá se apresenta uma acusação formal à Justiça, o que pode levar à abertura de uma ação penal no Supremo. Além disso, o MPF pode solicitar mais investigações ou arquivar o caso.

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