O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) já havia recebido joias do governo da Arábia Saudita em 2019. Diferente do que fez com as joias recebidas em 2021, Bolsonaro incorporou o presente ao acervo da Presidência e não ao seu acervo privado, segundo informações da CNN.
Nesta quarta-feira (8), o ex-chefe do Executivo admitiu em entrevista à emissora que as joias dadas de presente pelos sauditas em 2021 foram integradas ao seu acervo pessoal. “Não teve nenhuma ilegalidade. Segui a lei, como sempre fiz”, afirmou.
Em 2019, o reino da Arábia Saudita entregou uma caixa de joias de presente a Bolsonaro em mãos, quando ele visitou o país. O pacote continha um relógio, uma caneta, uma abotoadura, um anel e um rosário. Todo o material ficou no acervo da Presidência.
As joias são do mesmo modelo do conjunto que entrou ilegalmente no Brasil em outubro de 2021, quando o ex-ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, trouxe em sua bagagem pessoal a caixa de joias destinada a Bolsonaro.
Na ocasião, o ex-ministro e seus auxiliares também tentaram entrar no país com um conjunto de joias contendo um colar, anel, relógio e um par de brincos de diamante, que seriam presente para Michelle Bolsonaro, avaliadas em R$ 16,5 milhões, conforme o jornal Estado de S. Paulo.
As joias enviadas à ex-primeira-dama, porém, foram apreendidas na alfândega, porque não foram declaradas à Receita Federal. Já a caixa com o relógio e outros itens enviados a Bolsonaro passou sem ser percebida pelos fiscais.
De acordo com a PF, os itens recebidos em 2021 por Bolsonaro foram transferidos para o acervo dele. A lei brasileira não permite que presidentes da República fiquem com presentes recebidos na condição de chefe do Executivo.