Jair Bolsonaro (PL) foi à posse de Alexandre de Moraes no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sabendo que o magistrado faria um discurso enaltecendo as urnas eleitorais – que foram objeto de constante ataque do mandatário neste ano.
O presidente foi informado com antecedêcia diretamente pelo ministro sobre qual seria teor de sua fala.
Antes mesmo de encontrar-se com Bolsonaro no Palácio do Planalto para convidá-lo para a posse, o novo comandante do TSE conversou com interlocutores do presidente da República e avisou que ele seria bem-vindo à cerimônia e colocado na mesa principal. Não haveria qualquer situação no evento que pudesse provocar constrangimento.
As conversas prévias antes de o convite ser feito diretamente a Bolsonaro envolveram os ministros Paulo Guedes, da Economia, Ciro Nogueira, da Casa Civil, e o ministro do Tribunal de Contas da União (TCU) Jorge Oliveira, informou a colunista Monica Bergamo, na Folha de S.Paulo, que obteve a notícia de suas fontes na Esplanada dos Ministérios.
Com uma ideia prévia de como seria a cerimônia, Bolsonaro concordou em comparecer. Assim, quando Alexandre de Moraes e Ricardo Lewandowski, que tomaria posse como vice, chegaram ao Planalto, tudo já estava previamente combinado: eles sabiam que Bolsonaro aceitaria o convite, e o presidente estava ciente de que as urnas seriam defendidas na cerimônia. Guedes, Ciro Nogueira e Jorge Oliveira estavam na sala.
A postura do presidente na cerimônia. entretanto, e o fato de seu filho Carlos Bolsonaro não aplaudir o discurso, indicavam desconforto.