O ex-presidente Jair Bolsonaro se revoltou com a decisão de Valdemar Costa Neto, presidente do PL, de prosseguir com a ação que pede a cassação do senador Sergio Moro (União-PR). Em conversas com aliados na sede do partido, em Brasília, ele fez uma série de críticas ao chefe da sigla. A informação é da coluna de Igor Gadelha no Metrópoles.
Para Bolsonaro, a justificativa dada pelo cacique para prosseguir com o recurso no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) não faz sentido. Segundo Valdemar, a sigla teria que pagar uma multa de mais de R$ 1 milhão caso desistisse da ação.
Ele alega que a sigla não tem recursos suficientes para pagar pela retirada do processo depois da multa imposta pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), de R$ 22,9 milhões.
O ex-presidente e seus aliados acreditam que Valdemar está se aproveitando da proibição de manter contato direto para ignorar seus apelos para não recorrer contra o ex-juiz. Algumas pessoas no entorno de Bolsonaro dizem que ele pode estar sofrendo alguma pressão de algum ministro do STF que vê Moro como um desafeto político, mas o cacique nega.
Moro é acusado de abuso de poder econômico pelo PL e pelo PT. Ele foi julgado no Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR) na semana passada e absolvido por cinco votos a dois. Ambos os partidos já anunciaram que vão entrar com recurso no TSE.
Bolsonaro chegou a dizer a Moro que o partido desistiria da ação em caso de absolvição no TRE-PR. Ele e seus aliados foram pegos de surpresa após o anúncio de Valdemar de que prosseguiria com a ação contra o ex-juiz.