Bolsonaro tem “álibi” para provar que não fugiu para embaixada; entenda

Atualizado em 26 de março de 2024 às 12:51
Jair Bolsonaro na embaixada da Hungria. Foto: reprodução

Aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) estão levantando a possibilidade de que sua presença anunciada em um ato na Avenida Paulista, em 25 de fevereiro, serviria como um “álibi” para desmentir qualquer intenção de buscar asilo na Embaixada da Hungria naquele período.

Segundo fontes próximas, o argumento se baseia no fato de que Bolsonaro teria entrado na embaixada algumas horas após convocar seus apoiadores para o evento na Paulista, reforçando a ideia de que não tinha intenção imediata de ficar permanentemente nas dependências húngaras.

“Aquele que planeja pedir asilo em uma embaixada não convoca um ato na Paulista para duas semanas depois”, afirmou um auxiliar próximo do ex-presidente à coluna de Igor Gadelha, no Metrópoles, que pediu para não ser identificado.

A convocação de Bolsonaro para o ato foi feita por meio de publicação nas redes sociais às 18h34 do dia 12 de fevereiro. Às 21h37 do mesmo dia, seu carro chegou à representação diplomática da Hungria.

A permanência de Bolsonaro na embaixada da Hungria veio à tona após uma reportagem do jornal The New York Times, que teve acesso a vídeos do sistema de segurança do local. Segundo o jornal estadunidense, Bolsonaro ficou nas dependências húngaras até o dia 14 de fevereiro.

 

A estadia ocorreu quatro dias após a Polícia Federal apreender o passaporte do ex-presidente, como parte de uma investigação sobre uma suposta tentativa de golpe para permanecer no poder após a derrota nas eleições de 2022 para Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

De acordo com a legislação internacional, embaixadas são consideradas territórios invioláveis e estão sob a jurisdição do país representado, o que significa que Bolsonaro não poderia ser detido dentro da embaixada sem a autorização das autoridades húngaras.

Bolsonaro tem uma relação amistosa com o primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orbán, o que levanta questões sobre a natureza da visita à embaixada.

Após a divulgação da visita de Bolsonaro à embaixada, parlamentares de esquerda passaram a pedir que o Supremo Tribunal Federal (STF) decrete sua prisão preventiva. O ministro Alexandre de Moraes, relator de vários inquéritos contra Bolsonaro no STF, deu um prazo de 48 horas para que ele explique a visita à representação diplomática.

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