Bolsonaro tenta superar o episódio do seu pupilo nazista Roberto Alvim com mensagem demagógica sobre Auschwitz

Atualizado em 27 de janeiro de 2020 às 11:29
Bolsonaro e Marco Antônio Santos, neonazista assumido, ex-candidato a vereador

Dez dias depois da demissão de Roberto Alvim da Secretaria da Cultura, Bolsonaro postou uma mensagem no Twitter hoje para lembrar os 75 anos da libertação de Auschwitz. Disse:

– Dia Internacional de Memória do Holocausto (75 anos da libertação de Auschwitz)

– Brasil constrói amizade sem precedentes com Israel e com o povo judeu.

– Trabalhamos para combater o anti-semitismo que, muitas vezes, se esconde por trás do anti-sionismo.

Em seguida, postou outro tuíte:

Assim honramos a memória das vítimas do holocausto e contribuímos para a esperança da paz.

Bolsonaro está se empenhando para agradar Israel depois que Alvim revelou as diretrizes da política de cultura do governo com um discurso nitidamente nazista, em que repetiu até palavras de Joseph Goebbels, o ministro da propaganda de Hitler.

Horas antes da divulgação do vídeo, Bolsonaro o elogiou, em uma live.

“Ao meu lado, aqui, o Roberto Alvim, o nosso secretário de Cultura. Agora temos, sim, um secretário de Cultura de verdade. Que atende o interesse da maioria da população brasileira, população conservadora e cristã”, disse ele.

Bolsonaro sempre teve o apoio dos grupos neonazistas do Brasil, como mostram as fotos abaixo, de uma manifestação em 2011, quando ele era deputado.

Neonazistas no Masp em 2011 em apoio a Bolsonaro
Ato de neonazistas no Masp em 2011 em prol de Bolsonaro

Bolsonaro também enviou uma carta a um neonazista condenado em Minas Gerais. O documento foi encontrado na casa do criminoso, Marcus Vinicius Garcia Cunha, e apreendido pela Justiça. Faz parte do processo, que hoje se encontra no Tribunal Regional Federal da 1a. Região, conforme mostra o registro abaixo:

Por mais que se empenhe, Bolsonaro tem um histórico que não o identifica com a causa de Israel, não o Estado, mas a nação judaica perseguida pelo nazismo.