Bolsonaro tentou nomear diretor envolvido em suposto esquema de propina para a Anvisa

Atualizado em 29 de junho de 2021 às 23:54

 

Bolsonaro tentou nomear Dias para a Anvisa – Foto: Montagem AFP e Marcello Casal Jr./Agência Brasil

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) tentou nomear Roberto Ferreira Dias, envolvido em suposto esquema de propina, para o cargo de Diretor da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), de acordo com Diário Oficial da União publicado em 19 de outubro de 2020

Reportagem veiculada pela Folha de S.Paulo nesta terça-feira (29) denunciou que Dias teria cobrado propina de U$ 1,00 por dose para fechar contrato de vacinas com Luiz Paulo Dominguetti Pereira, representante da Davati Medical Supply.

Após a notícia vir a público, ele foi exonerado do cargo de diretor de Logística do Ministério da Saúde.  A exoneração deve ser publicada nesta quarta-feira (30) no Diário Oficial da União.

Com relação à indicação de Dias para cargo na Anvisa, o presidente voltou atrás um dia após o servidor ser acusado de assinar um contrato suspeito de irregularidade na área da saúde.

Como diretor de logística da pasta, Roberto autorizou a compra de 10 milhões de kits com insumos para testes de covid-19, sendo que o próprio ministério avisou a Tribunal de Contas da União sobre possíveis irregularidades no contrato.

Ademais, Roberto Ferreira Dias foi convocado à CPI da Covid na condição de testemunha. Leia abaixo trecho do requerimento apresentado em 25 de junho:

O convocado é o Diretor do Departamento de Logística em Saúde da Secretaria Executiva do Ministério da Saúde e, nessa condição, assinou o contrato bilionário de compra da vacina Biotech, que vem sendo investigado por esta CPI. O contrato prevê a entrega de 20 milhões de doses, ao valor unitário de US$ 15, no valor total de R$ 1,614 bilhões. Considerada a vacina mais cara do Brasil, o contrato foi firmado com a empresa indiana BHARAT BIOTECH LIMITED INTERNATIONAL, representada pela empresa brasileira PRECISA MEDICAMENTOS.

Ou seja, Dias ele também pressionou o servidor Luis Ricardo Miranda a assinar contrato superfaturado da Covaxin.

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