PUBLICADO NO TIJOLAÇO
POR FERNANDO BRITO
A comitiva presidencial de Bolsonaro desdobra-se para conseguir ao menos um shakehand, antes da hora de partir, entre o ex-capitão e Donald Trump, para atenuar o “bolo” que o presidente ganhou ontem no tal “jantar privado” que se havia anunciado entre os dois.
Mal ajambrado como sempre, pela exclusão dos diplomatas de carreira da organização das viagens, estruturadas pelo “núcleo ideológico” de Eduardo Bolsonaro, o episódio já virou chacota por lá, com gente dizendo que o presidente norte-americano foi ao barbeiro, em lugar de encontrar com Jair, ironizando o que este fez com o chanceler francês, dias atrás.
O máximo que conseguiram, até agora, foi uma declaração anódina do colega dos EUA, dizendo que Bolsonaro “is a good man“.
And so?
O filhote, mais preocupado com os movimentos conspiratórios à direita até de Trump foi se reunir com Steve Bannon, extremista detonado da equipe trumpista na Casa Branca. É a “diplomacia sem ideologia”, vê-se.
A verdade é que Bolsonaro está isolado e maldito mundo afora e ninguém quer se queimar com as cinzas de sua imagem.
A marquetagem restante foi só atravessar o saguão do hotel, com cara de poucos amigos e um colar dado pela índia – no devido traje rosa recomendado por Damares Silva – que levou a tiracolo, mesmo desautorizada pelos chefes tribais do Xingu, inclusive os do povo Kalapalo, ao qual pertence.
O jantar de gala terminou em pizza. Literalmente, numa pizzaria.