Bolsonaro transforma funeral da rainha em Londres em comício e ataques. Por Fernando Brito

Atualizado em 18 de setembro de 2022 às 13:32

O primeiro ato de Jair Bolsonaro em sua chegada ao Reino Unido, para assistir o funeral de Elisabeth II foi discursar para seus adeptos da varanda da embaixada brasileira, em clima nada próprio a um velório, fazendo campanha eleitoral e prometendo ganhar “no primeiro turno” as eleições brasileiras.

Há dezenas de chefes de Estado chegando a Londres, todos cumprindo a discrição protocolar pedida pelo momento, mas o nosso “tio do pavê” não precisou de mais de três horas em solo britânico para fazer nosso país “pagar mico” diante de toda a comunidade internacional.

Falando para poucas dezenas de apoiadores que foram reunidos abaixo da varanda da embaixada brasileira – sim, usando um prédio público como palanque, algo que já ser tornou “normal” – Bolsonaro mostrou que já perdeu todos os limites de ridículo e de criação de constrangimentos diplomático.

Poderia ter se limitado a um aceno discreto, o máximo que caberia ali. Mas não consegue conter sua egolatria e tentar mostrar-se como “líder de massas”, comportando-se como dono de uma republiqueta que é vista com um misto de curiosidade e vergonha alheia em toda a parte do mundo.

* A reunião dos Bolsonaristas em Londres ocasionou um tumulto que em nada combina com o luto pelo qual vive o país. Enquanto pessoas do movimento STOP BOLSONARO protestavam pacificamente, os partidários do presidente pediam, aos gritos, para que a polícia local interviesse para impedi-los. O vídeo abaixo foi feito pelo jornalista Tom Phillips, correspondente do The Guardian na América Latina:

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