O vice-presidente e senador eleito Hamilton Mourão (Republicanos) expressou seu desejo de que o presidente Jair Bolsonaro (PL), derrotado nas urnas, passe a faixa presidencial para o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e se coloque como líder da oposição durante o mandato do petista. O general, porém, aproveitou para sugerir uma possível provocação por parte de Bolsonaro para atacar Lula durante a cerimônia.
“Sou um fã do Winston Churchill. Ele disse que na vitória nós temos que ser magnânimos e na derrota temos que ser altivos e desafiadores. Então, que o presidente, em um gesto altivo e desafiador, entregue a faixa ao novo presidente, o Lula, e diga no ouvidinho dele: ‘fica atento que eu vou tá olhando tudo aquilo que você tá fazendo”, disse o general Mourão em entrevista à CNN Brasil.
Mesmo que o vice queira que Bolsonaro assuma um papel importante contra Lula, o ex-deputado e presidente do PL, Valdemar da Costa Neto, está espantado com a fraqueza apresentada pelo presidente derrota e questiona a capacidade de Bolsonaro liderar a oposição.
Bolsonaro já demonstrou em algumas ocasiões sua vontade de não realizar essa tradição na cerimônia de posse, em 1º de janeiro de 2023. Segundo aliados do atual presidente, a explicação mais frequente para não passar a faixa é que “o eleitor dele não perdoaria”.
Segundo o colunista Guilherme Amado, do Metrópoles, Bolsonaro foi aconselhando por um de seus mais importantes ministros a participar da cerimônia, sem sorrisos ou afagos a Lula, mas para cumprir o ritual e passar a faixa. O presidente ainda está avaliando se realmente passará a faixa presidencial.
Em entrevista à Gazeta do Sul na última quinta-feira (1º), ao contrário do que manifestantes bolsonaristas vêm insistindo nas últimas semanas em relação ao pleito, Mourão confirmou que o presidente eleito deve assumir o cargo. “Foi eleito e agora tem que governar”.