Chico Alencar
Ainda estão vivas na memória de muita gente as imagens e reportagens de TVs acerca dos bloqueios rodoviários realizados pela Polícia Rodoviária Federal no dia da votação no 2º turno da eleição presidencial.
Os bloqueios foram feitos em todo o Brasil, mas a maioria deles se concentrou no Nordeste, região onde Lula tinha ampla vantagem sobre o – agora – Inelegível que tentava a reeleição.
No dia 19 de outubro, portanto 11 dias antes da eleição, o então diretor da PRF, Silvinei Vasques, se reuniu com o chefe, o ex-ministro da Justiça Anderson Torres, e outros integrantes da cúpula do órgão. Gente graúda, com poder de mando. Foram eles que planejaram as blitzes para prejudicar o acesso a locais de votação.
Sobre a mesa da reunião, um mapa com as intenções de votos indicava os locais onde era grande a vantagem de Lula na região.
Nas estradas nordestinas, segundo apuração da Polícia Federal (PF), foram realizadas 290 barreiras policiais, com o uso de 795 agentes da PRF e 2.185 ônibus fiscalizados.
A operação de bloqueio teria sido ordenada pelo ex-presidente, em mais uma orquestração de caráter golpista.
Silvinei Vasques, que liderou o “embarreiramento” das estradas, teve sua prisão decretada pelo ministro Alexandre de Moraes. Quem prendeu, agora está preso. A PF investiga possíveis crimes de prevaricação e violência política, previstos no Código Penal e, também, a tentativa de impedir o exercício do sufrágio, presente no Código Eleitoral.
Os novos fatos deixam claro que Vasques e Torres mentiram à vontade na CPMI doa atos golpistas, sem corar. Sabiam de cor a narrativa fantasiosa. Serão acareados. Agora, também serão inquiridos novamente pela PF. Se falarem a verdade, podem levar o ex (por quem tinham fidelidade canina e devoção) à sua companhia, na prisão.
Como diz o povo nordestino, “nada como um dia depois do outro, com uma noite no meio e Deus em cima”…
*Chico Alencar é escritor, professor de História e deputado federal eleito pelo PSOL-RJ
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