O presidente Jair Bolsonaro (PL) disse nesta quinta-feira (19) que as sugestões das Forças Armadas ao processo eleitoral não serão “jogadas no lixo”, e insinuou que há uma “sombra de suspeição” sobre as eleições. A declaração ocorreu durante discurso no Congresso Mercado Global de Carbono, no Rio de Janeiro.
O presidente também voltou a criticar o Poder Judiciário, e disse passar “mais da metade do tempo” se defendendo do que chamou de “interferências indevidas” em seu governo.
Bolsonaro afirmou ainda que os votos precisam ser “contados publicamente e auditados”. “As Forças Armadas foram convidadas a participar do processo eleitoral, e não vão ser jogadas no lixo suas sugestões e observações. Quem porventura votar no outro lado, queremos que seja respeitado, e quem votar do lado de cá também. Não podemos enfrentar um sistema eleitoral (sobre o qual) paire a sombra da suspeição”, disse o presidente.
“O voto é a alma da democracia, e por isso tem que ser contado publicamente e auditado. Não vão ser duas ou três pessoas que vão bater no peito, dizer que vai ser desse jeito, e que vão cassar registro e prender quem agir diferente”, afirmou.
O presidente alegou também que “joga nas quatro linhas” da Constituição e que “geralmente o que acontece é o chefe do Executivo conspirar para se perpetuar no poder”, mas que, no Brasil, é “o contrário”. Ele acusou o Judiciário de interferência “explícita” e “indevida”, sem citar nomes.
“Muitos dos meus ministros sofrem com interferências explícitas do Judiciário, o que é muito lamentável. Mais da metade do tempo passo me defendendo de interferências indevidas”, disse.