O presidente do Chile, Gabriel Boric, acabou com uma ordem do ex-presidente Sebastián Piñera que militarizou a área indígena Mapuche. Os soldados deixaram a região neste domingo (27), localizada no Sul do Chile, fonte de diversas manifestações dos povos nativos, que reivindicam o território.
As províncias de La Aaucanía e Biobío, distantes cerca de 600km ao sul da capital do país, Santiago, foram militarizadas por ordem do ex-presidente de direita, após um crescimento no número de conflitos entre grupos clandestinos de empresas florestais, proprietários de terras reivindicadas pelos Mapuche e o grupo indígena.
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Governo de Boric não renovou a medida
A medida foi ratificada 10 vezes pelo Congresso chileno, mas teve sua renovação barrada pelo novo governo, que tomou posse no dia 11 de março. A nova gestão quer estabelecer o diálogo para alcançar a paz na região, que concentra um significativo número de comunidades indígenas pertencentes à etnia Mapuche, o maior grupo étnico do Chile.
O subsecretário do Interior, Manuel Monsalve, disse que o fim da militarização “não implica que o governo não tenha preocupação e não tenha a tarefa de garantir a segurança de todos os cidadãos do Chile”.
“Uma série de medidas foram tomadas para fortalecer as capacidades da polícia para realizar um trabalho tão importante em uma democracia”, acrescentou.