Guilherme Boulos recebeu a equipe do programa do DCM na TVT.
(Por “equipe”, entenda-se o diretor Max Alvim, o apresentador Marcelo Godoy, o famoso “Gogó de Ouro”, e eu).
Vai ao ar na íntegra amanhã. Essa edição tem, além de Boulos, o brasilianista James Green, professor de História da América Latina da Universidade Brown, em Rhode Island.
A sede do MTST fica no casarão desapropriado do ex-prefeito de Taboão da Serra, região metropolitana de São Paulo.
Nós conversamos no alpendre, sentados em pneus improvisados como cadeiras. Boulos esteve com Lula recentemente e contou da preocupação dele em ser detido.
Lula tem vivido sob essa ameaça. Nessa semana, a Zero Hora reportou que procuradores da Lava-Jato não pretendem pedir sua prisão por enquanto.
Estariam agindo com a cautela que seus colegas de São Paulo não tiveram no episódio da condução coercitiva. O caso que poderia ensejar uma medida mais drástica é o da tentativa de Dilma nomea-lo ministro.
Ocorre que os grampos da PF foram invalidados pelo STF, enfraquecendo o argumento de obstrução da Justiça.
Nada disso impedirá Moro de continuar tentando encontrar uma brecha para encarcerar Lula. É um cálculo complicado e um movimento arriscado, acha Boulos.
“Mesmo com todo o massacre a que ele é submetido, aparece em primeiro nas pesquisas”, diz o líder do MTST.
“Seguramente Sergio Moro quer prender o Lula. Já demonstrou isso mais de uma vez. Deve dormir pensando nisso e acordar pensando nisso”.
Por quê?
“Tem de perguntar pra ele… Não sei de onde vem essa sanha, esse ódio ao Lula. É um advogado que virou juiz, um cara de classe média de Maringá que virou justiceiro. A psicanálise pode responder isso”.
O que impede Moro de tomar essa atitude?
“Se fizerem isso sem nenhum tipo de prova consistente, como foi com a condução coercitiva, eles vão jogar gasolina na fogueira que já está o país. Teremos uma convulsão”.