Boulos ao DCM na TVT: “Moro dorme pensando no Lula. Se o prender, é gasolina na fogueira”. Por Kiko Nogueira

Atualizado em 18 de junho de 2016 às 15:41

Guilherme Boulos recebeu a equipe do programa do DCM na TVT.

(Por “equipe”, entenda-se o diretor Max Alvim, o apresentador Marcelo Godoy, o famoso “Gogó de Ouro”, e eu).

Vai ao ar na íntegra amanhã. Essa edição tem, além de Boulos, o brasilianista James Green, professor de História da América Latina da Universidade Brown, em Rhode Island.

A sede do MTST fica no casarão desapropriado do ex-prefeito de Taboão da Serra, região metropolitana de São Paulo.

Nós conversamos no alpendre, sentados em pneus improvisados como cadeiras. Boulos esteve com Lula recentemente e contou da preocupação dele em ser detido.

Lula tem vivido sob essa ameaça. Nessa semana, a Zero Hora reportou que procuradores da Lava-Jato não pretendem pedir sua prisão por enquanto.

Estariam agindo com a cautela que seus colegas de São Paulo não tiveram no episódio da condução coercitiva. O caso que poderia ensejar uma medida mais drástica é o da tentativa de Dilma nomea-lo ministro.

Ocorre que os grampos da PF foram invalidados pelo STF, enfraquecendo o argumento de obstrução da Justiça.

Nada disso impedirá Moro de continuar tentando encontrar uma brecha para encarcerar Lula. É um cálculo complicado e um movimento arriscado, acha Boulos.

“Mesmo com todo o massacre a que ele é submetido, aparece em primeiro nas pesquisas”, diz o líder do MTST.

“Seguramente Sergio Moro quer prender o Lula. Já demonstrou isso mais de uma vez. Deve dormir pensando nisso e acordar pensando nisso”.

Por quê?

“Tem de perguntar pra ele… Não sei de onde vem essa sanha, esse ódio ao Lula. É um advogado que virou juiz, um cara de classe média de Maringá que virou justiceiro. A psicanálise pode responder isso”.

O que impede Moro de tomar essa atitude?

“Se fizerem isso sem nenhum tipo de prova consistente, como foi com a condução coercitiva, eles vão jogar gasolina na fogueira que já está o país. Teremos uma convulsão”.