O candidato à prefeitura de São Paulo Guilherme Boulos (PSOL) participou nesta manhã de um encontro com líderes evangélicos na Barra Funda, Zona Oeste de São Paulo. O evento, que contou com a presença de cerca de cem pessoas, teve como foco principal o compromisso com temas sociais como alfabetização, combate à fome e moradia.
Durante o encontro, representantes de igrejas como Avivamento, Universal e Assembleia de Deus apresentaram uma carta ao candidato, expressando sua disposição para colaborar com o governo em prol da Justiça.
A carta destacou a importância de abordar questões como os direitos humanos, moradia e a justiça socioeconômica. Também foi enfatizada a necessidade de recuperação e dignidade para apenados, além do combate à violência policial e discriminação.
Em seu discurso, ele criticou os “falsos profetas” e pediu apoio no combate às notícias falsas. “Há dois anos, essas pessoas que inventam mentiras sobre mim diziam que o Lula iria fechar igrejas. Eles não têm limite, inventam todo tipo de coisas”, afirmou.
O candidato relatou que considerou desistir da vida política após ataques direcionados a membros de sua família durante sua candidatura presidencial. “Vocês conseguem imaginar como é que as pessoas que você mais ama serem atacadas pela sua opção de vida?”, disse Boulos.
?? Boulos participa de encontro evangélico em São Paulo. pic.twitter.com/v22dkFCpJn
— Eleições em Pauta (@eleicoesempauta) August 26, 2024
Após o evento, Boulos esclareceu que sua crítica aos falsos profetas não se referia especificamente a Ricardo Nunes (MDB) ou Pablo Marçal (PRTB), seus adversários, mas também fez críticas a eles, chamando atual prefeito de SP de “incompetente” e o coach de “bandido mentiroso”.
O segmento evangélico tem ganhado crescente relevância nas campanhas eleitorais. Em 2022, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) percebeu a necessidade de direcionar um documento ao grupo, que, devido às pautas conservadoras, se alinhou mais com a campanha do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Nas eleições atuais, o voto conservador está mais próximo de Marçal. De acordo com o último levantamento do Datafolha, ele lidera entre os evangélicos com 30%, seguido por Nunes com 22%, enquanto Boulos tem 12%.
O pastor Uilian Corcino, da Assembleia de Deus, discursou antes do candidato do PSOL destacou a necessidade de reverter a percepção de que os evangélicos estão exclusivamente associados à extrema direita e ao bolsonarismo. “Lamentavelmente, aqueles que deveriam ser agentes da missão de Deus foram reduzidos a representantes do bolsonarismo”, afirmou.
A carta entregue ao candidato ressalta que o grupo evangélico é composto em sua maioria por mulheres empobrecidas e negras, com a expectativa de que se tornem mais de 50% da população até o final da década. O documento também reiterou o desejo de que o governo, embora laico, garanta os direitos civis sem confundir a defesa de direitos com a apologia de costumes religiosos.