Braço forte, mão amiga: adeptos da intervenção militar têm seu desejo atendido e apanham do Exército. Por Kiko Nogueira

Atualizado em 30 de maio de 2018 às 20:49

O general João Batista Figueiredo, de saudosa memória para fetichistas com fixação em cavalos e homens de uniforme, ficou famoso por declarar, entre outras frases sábias, o seguinte: “Vou fazer deste país uma democracia, e, se alguém for contra, eu prendo e arrebento”.

No fim da tarde de terça, dia 29, patriotas que pediam a intervenção militar tiveram um gostinho do que seria ter seu desejo atendido.

Eles protestavam em apoio à greve dos caminhoneiros em Cuiabá quando foram pegos de surpresa por seus herois.

Um motorista de Uber contou ao site O Livre que o Exército fazia escolta de carretas que vinham de Rondonópolis.

A tropa não gostou quando o pessoal resolveu bloquear a pista sentando no asfalto e partiu para cima daquela gente bonita.

Pelo menos um sujeito foi ferido.

“Nós sentamos na pista e eu comecei a filmar. Não sabia que o Exército ia reagir dessa forma”, contou Rodrigo Camargo.

“Não apareceu no vídeo, mais um dos soldados disse que atiraria até na cabeça se o pessoal não saísse”.

A festa terminou com aquela fumaça gostosa de gás lacrimogêneo no ar. 

Tudo isso enquanto os guerreiros cantavam o hino nacional fantasiados de verde e amarelo, juntamente com o cântico azarado “o povo unido jamais será vencido”.

Uma cena de dar gosto em Newton Cruz, que Deus o tenha em bom lugar.