Walter Braga Netto manteve contato com lobistas e intermediários de empresas suspeitas de corrupção após se tornar ministro da Casa Civil do governo do ex-presidente Jair Bolsonaro, em 2020. Eles estavam envolvidos na compra de coletes à prova de balas durante a intervenção militar no Rio de Janeiro, chefiada pelo general da reserva. A informação é do g1.
A Polícia Federal investiga os crimes de contratação indevida, dispensa ilegal de licitação, corrupção e organização criminosa na aquisição de 9.360 coletes balísticos, que foram vendidos com sobrepreço de R$ 4,6 milhões. A empresa contratada foi a americana CTU Security LLC.
A contratação ocorreu em 2018, enquanto Braga Netto chefiava a intervenção federal, mas ele manteve contato com os investigados em 2020, após deixar o posto. A PF descobriu um áudio de 6 de março daquele ano em que Glauco Octaviano Guerra, apontado como advogado da CTU no Brasil, enviou áudios dizendo que iria a um jantar na casa do general da reserva.
À época, o contrato do gabinete de intervenção com a empresa já havia sido suspenso pelo Tribunal de Contas da União (TCU) e o valor estornado, mas a companhia tentava solucionar impasse na negociação.
Nesta terça (12) a PF fez buscas contra ex-funcionários do Gabinete de Intervenção Federal (GIF) no Rio de Janeiro para investigar o suposto esquema. Braga Netto teve o sigilo telefônico quebrado, mas não foi alvo de nenhum mandado.