O ex-ministro da Defesa e candidato a vice na chapa de Bolsonaro em 2022, general Braga Netto (PL), publicou em suas redes sociais na sexta-feira (31), uma nota da “Comissão Interclubes Militares” comemorando o aniversário do golpe militar de 1964, que instaurou a ditadura no Brasil por 21 anos.
A nota chama o golpe de “Contrarrevolução” e afirma que, em 64, os militares “cumpriram o seu dever enfrentando a agressão da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas e de sua franquia cubana ao Brasil”.
No trecho final, o texto diz que “os Clubes Naval, Militar e de Aeronáutica encontram-se no mesmo lugar histórico do 31 de Março de 1964, animados de sã camaradagem, confiantes nas Forças Armadas, e certos do destino de grandeza do Brasil”. “É onde estão neste 31 de Março de 2023. E de onde não se afastarão”, finaliza a nota golpista.
Nos últimos dias, o comandante do Exército nomeado pelo presidente Lula (PT), general Tomás Paiva, afirmou para pessoas próximas que a instituição poderia punir militares da ativa que comemorassem o aniversário do golpe ou que participassem de eventos nesse sentido em clubes militares. A orientação, no entanto, não foi do ministro da Defesa, José Múcio, com quem o combinado era de apenas ignorar a data.
Havia preocupação justamente com as celebrações convocadas por clubes (como o da nota divulgada por Braga Netto), onde é frequente a presença de oficiais da ativa, principalmente no caso de serem familiares de militares da reserva. Um dos eventos nesse sentido aconteceu no Rio de Janeiro: um almoço convocado para celebrar o golpe, com o nome “Movimento Democrático de 1964”, restrito a sócios e convidados, que cobrou ingresso no valor de R$ 90.
Nota da Comissão Interclubes Militares sobre 31 de Março de 1964.https://t.co/IjyPh4044V pic.twitter.com/yqbp566X7p
— Braga Netto (@BragaNetto_gen) March 31, 2023
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