Brasil de Bolsonaro: Mercados vendem ‘feijão partido’, restos de frios, carcaça e pele de frango

Com a disparada dos preços, produtos genéricos viram alternativas na periferia de São Paulo

Atualizado em 13 de julho de 2022 às 9:25
Supermercado de Vila Velha (ES) vende pele de frango
Foto por: Twitter/Reprodução

Com inflação alta e brasileiros perdendo renda, retrato fiel do que é o governo Jair Bolsonaro (PL), supermercados nas periferias de São Paulo estão vendendo produtos que antes nem eram comercializados, como carcaça e pele de frango,

Em um mercado no Capão Redondo, na zona sul, ao lado do feijão comum encontrava-se o chamado “feijão fora do tipo”, composto por 70% de grãos inteiros e 30% feijão bandinha [partido], segundo o site da marca Solito Alimentos. A venda dele é autorizada desde que esteja identificado, “cumprindo as exigências de marcação e rotulagem”.

No mercado, esse tipo de feijão saía a R$ 8,48, enquanto o carioca tradicional da mesma marca custava R$ 9,98. Na mesma loja, pontas de frios eram vendidas como promocionais, com pedaços de restos de queijo. diz a Folha.

No Brasil de Bolsonaro, os cidadãos não conseguem nem mesmo consumir leite, vendido a R$ 8 ou R$ 10. Soro de leite e misturas condensadas têm sido usadas como substitutas. “A qualidade não é a mesma, e honestamente não gosto de consumi-los, porém necessito levar algum leite para casa”, diz uma consumidora. “Troco os produtos senão não dá para comprar. Diariamente os valores aumentam nos supermercados. É impossível manter a mesma qualidade de vida com a situação atual”, afirma a assistente administrativa Patrícia Ribeiro, 38.

A crise e a inflação também impulsionaram mercados que vendem produtos perto da data de validade, os chamados “vencidinhos”.

A desempregada Ionara Jesus, moradora de São Paulo, busca sustento para quatro filhas. “Comer pé, carcaça, aqui em casa tá sendo luxo quando tem. Nem ovo a gente pode comprar mais, porque tá caro”, disse ela. “Esses dias aqui em casa, para te falar a verdade, nem carcaça tô podendo comprar, porque não tá sobrando nem para isso.”, completou.

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