A crise provocada pela pandemia fez um estrago no mercado de trabalho do Brasil, a ponto de a soma de todos os salários dos 95 milhões de ocupados no país representar menos de um terço do Produto Interno Bruto (PIB), perdendo espaço na economia para outros tipos de renda como lucros e juros.
Os salários passam pelo maior maior contingente desde o início da série histórica da pesquisa do IBGE. Enfrentam uma instabilidade. Segundo um cruzamento feito pela Corretora Tullet Prebom Brasil, a fatia de rendimentos do trabalho correspondia a 35,4% do PIB em fevereiro de 2020, antes da pandemia.
E caiu para 30,2% em abril de 2021, auge dos casos de Covid-19 no Brasil. Nem mesmo a inclusão dos salários de mais 12 milhões de ocupados à massa de rendimentos desde o segundo trimestre de 2020 fez a principal fonte de renda das famílias voltar aos níveis de antes da pandemia.
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Subida dos salário no Brasil neste ano
A reação no mercado de trabalho, com a queda da taxa de desemprego do pico de 14,8% em abril de 2021 para 11,2%, fez a participação dos salários subir apenas para 30,9% em janeiro de 2022.
A queda no rendimento do trabalho funciona como um freio na economia, com menos recursos circulando para consumo e poupança.
A massa de salários mensal caiu R$ 18 bilhões em relação ao início da pandemia, descontando a inflação. Eram R$ 250,5 bilhões em fevereiro de 2020, caindo para R$ 232,6 bilhões em janeiro deste ano.