Uma imagem publicada pelo governo de Nicolás Maduro na última quinta-feira, contendo a bandeira do Brasil e uma silhueta borrada do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, provocou uma forte reação do governo brasileiro. O Itamaraty, que até então mantinha silêncio sobre os ataques, divulgou uma nota no dia seguinte, condenando o “tom ofensivo” da Venezuela e expressando surpresa com o teor dos ataques a Lula e a diplomatas brasileiros.
Apesar da nota de repúdio, fontes próximas ao presidente Lula afirmam que não há planos de convocar a embaixadora brasileira na Venezuela, Glivânia Oliveira, de forma temporária ou permanente. Na diplomacia, tal gesto costuma representar uma demonstração clara de descontentamento entre nações, mas o governo brasileiro considera que manter os canais de diálogo abertos ainda é a melhor estratégia diante da situação.
A publicação nas redes sociais venezuelanas mostrava uma imagem desfocada de Lula, com a bandeira do Brasil ao fundo e a frase “Quem se mete com a Venezuela se dá mal.” A postagem foi retirada do ar após a resposta oficial do Itamaraty, mas o incidente simboliza uma escalada nas tensões entre os dois países, que já vinham se desgastando desde as eleições venezuelanas de julho, cuja legitimidade foi questionada pelo Brasil.
Na sexta-feira, o assessor para assuntos internacionais da Presidência, Celso Amorim, destacou que a confiança entre os países foi seriamente abalada. A negativa do Brasil ao apoio da entrada da Venezuela no Brics, considerada por Maduro uma humilhação, agravou a crise diplomática. Essa decisão teve um impacto particularmente significativo para o líder venezuelano, que tentava reforçar o peso geopolítico de seu país ao lado de grandes economias emergentes.
A relação entre Brasil e Venezuela, já complexa, enfrentou um novo revés há cerca de dez dias, quando Maduro foi barrado informalmente de se juntar ao Brics por resistência brasileira. A medida foi interpretada por Caracas como um sinal de isolamento diplomático, gerando reações de protesto e um afastamento visível entre as diplomacias. Em retaliação, a Venezuela chamou seu embaixador em Brasília de volta a Caracas e convocou o representante brasileiro, Breno Hermann, para uma reunião em tom de protesto.
Embora a situação continue tensa, interlocutores diplomáticos no Brasil sugerem cautela. Com a embaixadora Glivânia Oliveira de férias, Hermann permanece no posto e mantém a interlocução com o governo venezuelano. Por ora, o Brasil aposta na contenção e evita ações mais drásticas, priorizando a mediação e a manutenção de canais diplomáticos com a Venezuela para evitar um rompimento completo. As informações são do jornal O Globo.
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