Brasil elegeu trans também em partidos de direita

Atualizado em 9 de outubro de 2024 às 17:22
Yasmin Prestes (MDB-RS) e Pâmella Araújo (Podemos-CE), eleitas vereadoras em partidos de direita. Foto: reprodução

No último domingo (6), 26 pessoas trans foram eleitas vereadoras no Brasil, sendo 25 mulheres e 1 homem. Porém, o crescimento da extrema-direita nas câmaras municipais, com a ascensão de reacionários e fundamentalistas religiosos, permitiu que essa representatividade alcançasse além dos partidos de esquerda, como é tradicional para parlamentares conhecidas nacionalmente, como Erika Hilton (PSOL-SP) e Duda Salabert (PDT-MG). 

O número traduz um avanço em um país com um longo histórico de violência contra a comunidade trans, apesar de uma leve diminuição em relação às eleições de 2020, quando 30 candidaturas trans foram eleitas.

Nas eleições deste ano, entre as 967 candidaturas trans registradas no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), muitas estavam coligadas com partidos de direita e extrema-direita, como PP, PL, União Brasil e Republicanos. Essa contradição é evidenciada pelo fato de que grande parte desses partidos defende o cerceamento dos direitos das pessoas trans.

Um exemplo é o vereador mais votado de São Paulo, Lucas Pavanato (PL), que durante a campanha se autointitulou “candidato anti-woke” e propôs medidas como a proibição do uso de banheiros públicos por pessoas transgênero.

Thabatta Pimenta(PSOL-RN) , Amanda Paschoal (PSOL-SP) e Thammy Miranda (PSD-SP), pessoas trans também eleitas vereadoras. Foto: reprodução

Embora a eleição de pessoas trans seja uma vitória importante, muitos ativistas alertam que representatividade, por si só, não basta. É essencial que essas candidaturas estejam comprometidas com a luta por justiça social e com a defesa dos direitos das minorias.

A eleição de uma pessoa trans, por exemplo, não garante automaticamente a melhoria de vida de outras pessoas trans em situação de vulnerabilidade. A ação política dessas figuras públicas – seja na proposição de leis, na formação de alianças ou na denúncia de injustiças – é o que realmente pode promover mudanças significativas.

Amanda Paschoal, eleita pelo PSOL, e Thammy Miranda, reeleito pelo PSD, são exemplos de pessoas trans que estarão na Câmara Municipal de São Paulo pelos próximos quatro anos. Observadores acreditam que suas trajetórias serão ilustrativas sobre a importância de eleger candidatos comprometidos com a qualidade de vida da população e não apenas com a busca pelo poder.

Veja a lista das pessoas trans eleitas pelo Brasil 

  1. Amanda Paschoal (PSOL), em São Paulo (SP);
  2. Thammy Miranda (PSD), em São Paulo (SP);
  3. Filipa Brunelli (PT), em Araraquara (SP);
  4. Myrella Soares (PDT), em Bariri (SP);
  5. Carla Basilio (PSD), em Jundiaí (SP);
  6. Isabelly Carvalho (PT), em Limeira (SP);
  7. Dandara (MDB), em Patrocínio Paulista (SP);
  8. Fernanda Carrara (PTB), em Piraju (SP);
  9. Tieta Melo (MDB), em São Joaquim da Barra (SP);
  10. Sabrina Sassa (Solidariedade), em São Sebastião da Grama (SP);
  11. Yasmim Prestes (MDB), em Entre Ijuís (RS);
  12. Regininha (PT), em Rio Grande (RS);
  13. Natasha Ferreira (PT), em Porto Alegre (RS);
  14. Atena Beauvoir (PSOL), em Porto Alegre (RS);
  15. Juhlia Santos (PSOL), em Belo Horizonte (MG);
  16. Giovami Joejoe (PT), em Moema (MG);
  17. Marcela Lins (PSD), em Santo Antônio do Amparo (MG);
  18. Co-Vereadora Bruna do Há Braços de Luta (PT), em Piranguinho (MG).
  19. Pamella Araújo (Podemos), em Sobral (CE);
  20. Edy Lopes (PT), em Paramoti (CE);
  21. Kará Marcia (PDT), em Natividade (RJ);
  22. Benny Brioli (PSOL), em Nitéroi (RJ);
  23. Thabatta Pimenta (PSOL), de Natal (RN)
  24. Mônica de Assis (Solidariedade), em Turiaçu (MA);
  25. Dricka Lima (Cidadania), em Campo Novo do Parecis (MT)
  26. Flávia Carreiro (PSD), em Itaguajé (PR).

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