Brasil ganha ouro, prata e bronze na Olimpíada de Informática para Garotas

Atualizado em 26 de julho de 2024 às 23:49
Estela Baron Nakamura, Gabriela Barbieri Stroeh, Sofia Torres de Paula Cintra e Maria Clara Fontes Silva em Veldhoven, Holanda. Foto: Juliana Freitag Borin

Durante a Olimpíada Europeia de Informática para Garotas (Egoi) 2024, realizada em Veldhoven, na Holanda, três brasileiras conquistaram posições nos pódios com um ouro, uma prata e um bronze. Ao todo, o Brasil ficou na quarta posição da classificação geral, algo inédito para a delegação que participa desde 2021 do evento anual.

Maria Clara Fontes Silva, de 15 anos, estudante do nono ano do ensino fundamental em Aracaju, Sergipe, foi medalhista de ouro. “Receber a medalha foi muito gratificante por ser um esforço reconhecido, e foi importante para que eu possa ver minha evolução nas competições de programação”, comemorou em entrevista à Folha.

Sofia Torres de Paula Cintra, também de 15 anos e no nono ano, ganhou uma medalha de prata, enquanto Estela Baron Nakamura, de 17 anos e no terceiro ano do ensino médio, conquistou uma medalha de bronze. Gabriela Barbieri Stroeh, de 16 anos, completou a delegação brasileira.

Estela, que já havia conquistado um bronze na Egoi 2023 na Suécia, destacou a experiência única da competição: “Nós, a equipe brasileira, ficamos muito animadas com o resultado. Poder participar da competição e conversar com meninas do mundo inteiro com certeza tornou essa experiência única”.

Juliana Freitag Borin, professora do Instituto de Computação da Unicamp, acompanhou as competidoras e ressaltou a importância do evento: “A ideia não é simplesmente ir em busca das medalhas, mas também que essas meninas sirvam de modelo para atrair mais garotas para a área da computação”.

O time brasileiro na Egoi 2024. Foto: reprodução

 

A Egoi 2024 contou com cerca de 200 participantes de 55 países, premiando 91 garotas, sendo 15 com ouro, 30 com prata e 46 com bronze. O evento incluiu atividades práticas, feira de conhecimento e duas provas principais que desafiaram as competidoras em testes algorítmicos e de resolução de problemas de programação.

“Além de fazer provas, tivemos palestras de patrocinadores que atuam no ramo tecnológico e pudemos aprender um pouco mais sobre outras oportunidades e caminhos de carreira para o futuro”, contou Nakamura.

No Brasil, o Movimento Meninas Olímpicas (MMO), criado em 2015 por Natalia e Mariana Groff, busca aumentar a participação feminina em olimpíadas de conhecimento e em espaços de poder. Em 2019, Mariana foi medalhista de ouro na Olimpíada Europeia de Matemática para Garotas.

O MMO, hoje um projeto institucional da UFSM, é coordenado por Nara Bigolin, mãe das fundadoras. Bigolin destaca a sub-representação feminina nas olimpíadas mais prestigiadas, que facilitam o acesso às melhores universidades do mundo: “Nas olimpíadas que não abrem grandes oportunidades, as meninas são 50% das premiadas. Nas que dão chance de entrar no MIT, em Princeton e em Harvard, são 5%”.

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