Brasil intermedeia acordo sobre eleições na Venezuela que deve suspender sanções dos EUA

Atualizado em 17 de outubro de 2023 às 19:04
Luiz Inácio Lula da Silva e Nicolás Maduro. Reprodução

O governo da Venezuela e a oposição devem revelar hoje à tarde um acordo sobre as eleições no país no próximo ano. Uma reunião está marcada para as 15h em Barbados, onde representantes do governo Maduro e da oposição na Venezuela se encontrarão, com mediação da Noruega.

De acordo com informações de auxiliares do Planalto, as partes venezuelanas anunciarão que as eleições do ano seguinte contarão com a presença de observadores internacionais, incluindo a União Europeia, haverá liberdade de imprensa e todos os candidatos terão permissão para concorrer. Em troca, os Estados Unidos deverão suspender as últimas sanções relacionadas ao petróleo venezuelano.

O Brasil, através do ex-ministro Celso Amorim, desempenhou um papel crucial nas negociações. Amorim está em Barbados para acompanhar o anúncio.

Celso Amorim com expressão de preocupação
Celso Amorim, assessor especial da Presidência para assuntos internacionais- Reprodução/Agência Brasil

Amorim comentou: “Vemos como um passo extremamente significativo a criação de um plano que leva até as eleições. Isso implica em garantir a presença de observadores internacionais durante o processo eleitoral, bem como a liberdade de imprensa, entre outras medidas.”

O assessor de assuntos internacionais de Lula enfatizou a questão das sanções, acrescentando:

“E, por outro lado – embora isso possa não estar formalizado no acordo de hoje, tem sido discutido pelos Estados Unidos – a suspensão das sanções também é crucial para a estabilidade social na Venezuela e em toda a região. Portanto, vemos todo esse processo, que temos acompanhado, e no qual as ações do Presidente Lula certamente tiveram um impacto muito positivo.”

A conversa de ontem entre Lula e Maduro abordou esse anúncio. De acordo com fontes do Planalto, tanto Maduro quanto a oposição estão otimistas em relação ao processo. Amorim esteve em Caracas no início do ano e também discutiu esse assunto em reuniões em Bogotá, bem como em negociações bilaterais com autoridades americanas e norueguesas.

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