Brasil, México e Colômbia articulam mensagem conjunta sobre eleição na Venezuela

Atualizado em 29 de julho de 2024 às 17:26
Maduro e Lula. Foto: Ricardo Stuckert

Um grupo formado por diplomatas do Brasil, Colômbia e México está articulando uma declaração conjunta para cobrar a Venezuela a divulgar as atas eleitorais da votação realizada no último domingo (28). O Conselho Nacional Eleitoral (CNE) do país vizinho declarou Nicolás Maduro como vencedor da eleição, mas a oposição ainda cobra que a instituição apresente os boletins de urnas.

Segundo o Estadão, haverá uma cobrança explícita para que o CNE forneça as atas ao Centro Carter, uma das poucas ONGs de observação eleitoral permitidas pelo governo chavista a operar na Venezuela. Os termos da nota estão sendo discutidos e a previsão é que seja publicada ainda hoje.

Mais cedo, a ONG também cobrou acesso às atas para emitir seu relatório sobre a eleição. “A missão técnica do Centro Carter veio observar a eleição presidencial de 28 de julho a convite da CNE”, diz a nota do Centro Carter, fundado pelo ex-presidente estadunidense Jimmy Carter. “As informações contidas nos formulários de resultados das seções eleitorais, conforme transmitidas ao CNE, são fundamentais para nossa avaliação e importantes para todos os venezuelanos”.

Nicolás Maduro comemorando o resultado das eleições. Foto: Jesus Vargas/Getty Images

Será com base na análise das atas e na avaliação do Centro Carter que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) vai decidir se o Brasil reconhecerá ou não a reeleição de Maduro. Para isso, o petista conta com a avaliação do ministro de Relações Exteriores, Mauro Vieira, e do assessor especial enviado a Caracas, Celso Amorim.

No domingo, um grupo de países latino-americanos de centro-direita e direita, que se opõem a Maduro, criticaram mais duramente seu mandato e também pediram respeito à vontade das urnas e uma contagem de votos imparcial. O grupo é formado por Argentina, Uruguai, Peru, Paraguai, Equador, Panamá e Costa Rica.

Fora do bloco, Estados Unidos, Chile, Reino Unido, Uruguai e Espanha também contestaram o resultado apresentado pelo CNE. “Não é assim! Era um segredo aberto. Eles iam ‘vencer’ independentemente dos resultados reais. O processo até o dia da eleição e a contagem estava claramente com falhas. Não se pode reconhecer um triunfo se você não pode confiar nos formulários e mecanismos usados para alcançá-lo”, afirmou o presidente uruguaio, Luis Lacalle Pou.

O vice-primeiro-ministro da Itália, Antonio Tajani, também fez questionamentos ao processo eleitoral na Venezuela. “Tenho muitas dúvidas sobre o desenvolvimento regular das eleições”, afirmou Tajani, que exigiu “resultados que possam ser verificados”.

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