Brasil muda postura e amplia vacinação, enquanto se aproxima da marca de 700 mil mortes pela covid

Atualizado em 18 de março de 2023 às 19:54
Ampola da vacina bivalente contra Covid-19. Foto: Reprodução

Dados divulgados pelo Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) indicam que o Brasil registrou mais 328 mortes pela covid-19 dos dias 5 a 11. Assim, neste momento o país tem 699.634 óbitos oficialmente registrados, desde que a doença chegou ao país, em fevereiro de 2020. A última atualização do Conass é de terça (14), com 37,1 milhões de casos. Portanto, em uma semana – ou no máximo duas – o Brasil deve registrar a triste marca de 700 mil vítimas da doença.

O cenário, no entanto, é menos grave do que outrora. Para manter a doença sob controle, o Ministério da Saúde vem ampliando os esforços de vacinação. Nesse sentido, a pasta anunciou neste sábado (18) que estados e municípios já podem vacinar todo o grupo prioritário com as vacinas bivalentes. São vacinas mais modernas, preparadas com tecnologia específica para a variante ômicron do coronavírus e subvariantes.

A decisão ocorreu após reunião com representantes do Conass e do Conselho Nacional dos Secretários Municipais de Saúde (Conasems). “Nós já temos todas as vacinas, e a gente pode adotar aquela estratégia em bloco, quer dizer, todo mundo que está no grupo prioritário pode comparecer à unidade de saúde, observando, na sua cidade, como está sendo essa chamada”, disse a secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente do ministério, Ethel Maciel.

Quem já pode tomar a bivalente?

Até o momento, estavam sendo vacinados idosos com mais de 70 anos, pessoas imunocomprometidas, funcionários e pessoas que vivem em instituições de longa permanência, indígenas, ribeirinhos e quilombolas. A partir de agora, também podem tomar bivalente os seguintes grupos:

  • Idosos de 60 anos ou mais de idade
  • Pessoas vivendo em instituições de longa permanência a partir de 12 anos (ILP e RI) e seus trabalhadores
  • Pessoas imunocomprometidas a partir de 12 anos de idade
  • Indígenas, ribeirinhos e quilombolas (a partir de 12 anos de idade)
  • Gestantes e puérperas
  • Trabalhadores da saúde
  • Pessoas com deficiência permanente (a partir de 12 anos de idade)
  • População privada de liberdade e adolescentes em medidas socioeducativas
  • Funcionários do sistema de privação de liberdade

De acordo com o ministério, mais de 4,1 milhões de pessoas já tomaram o reforço com as vacinas bivalentes. Para receber o imunizante, é preciso ter completado o esquema primário com as monovalentes e respeitar um prazo mínimo de quatro meses desde a última dose recebida.

Contraste

Nesta semana, o Ministério da Saúde informou, em nota, que perdeu quase 2 milhões doses de vacinas contra a covid-19. De acordo com a pasta, isso ocorreu em função do governo do ex-presidente Jair Bolsonaro ter negado à equipe de transição informações sobre estoques e validade de vacinas.

“Ao todo, incluindo o quantitativo perdido em 2023, o desperdício de vacinas contra a covid-19 chegou a 38,9 milhões de doses desde 2021. Um prejuízo de cerca de R$ 2 bilhões aos cofres públicos”, informou o ministério. Segundo Ethel Maciel, a gestão anterior, que ficou marcada pelo negacionismo científico, não compartilhou dados sobre os estoques de vacinas com a equipe do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Publicado originalmente na Rede Brasil Atual

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