Brasil sobe 10 posições em ranking mundial de liberdade de imprensa, diz relatório

Atualizado em 3 de maio de 2024 às 10:28
Microfones de diversas emissoras de rádio e televisão. (Foto: Reprodução)

O Brasil melhorou sua posição no ranking mundial da liberdade de imprensa, subindo dez posições para alcançar o 82º lugar entre 180 países, de acordo com o relatório da organização Repórteres Sem Fronteiras (RSF) divulgado nesta sexta-feira (3).

A normalização do relacionamento entre jornalistas e o governo federal foi um dos principais fatores para essa melhora, especialmente após o fim do governo Jair Bolsonaro, conhecido por seu histórico de ataques sistemáticos à mídia e a jornalistas.

Segundo Artur Romeu, diretor do escritório da RSF para a América Latina, a melhora é resultado de um cenário político mais favorável para o exercício do jornalismo. “O Brasil tem confirmado expectativas de um cenário mais positivo em comparação com a gestão anterior”, disse Romeu à Folha. Durante o mandato de Bolsonaro, o Brasil chegou a figurar na “zona vermelha” do ranking em 2021, pela primeira vez em 20 anos, colocando-o ao lado de países como Bolívia, Nicarágua, Rússia e Índia, onde a liberdade de imprensa é considerada “difícil”.

Pressão crescente

No entanto, vale ressaltar que o relatório da RSF destaca uma tendência preocupante: a liberdade de imprensa está sob crescente pressão em nível global, muitas vezes vinda das mesmas autoridades políticas que deveriam garantir esse direito.

A organização aponta que a pressão aumentou em 2024, com governos usando campanhas de desinformação para desacreditar jornalistas e enfraquecer a confiança do público na imprensa. Esse movimento contribui para um ambiente de maior polarização e reduz a capacidade da sociedade de fiscalizar seus governantes.

Repórteres sem fronteiras. (Foto: Reprodução)

Embora o Brasil tenha subido no ranking, a RSF alerta para desafios significativos que ainda afetam a liberdade de imprensa no país. Entre os principais problemas, estão a precarização do trabalho jornalístico, a concentração da propriedade da mídia, a vulnerabilidade dos veículos de comunicação a pressões econômicas e a violência contra profissionais de imprensa.

O Brasil é o segundo país da América Latina com maior número de jornalistas assassinados na última década, ficando atrás apenas do México. Em relação ao impacto político, social, econômico, legal e à segurança no exercício do jornalismo, o país ainda enfrenta muitos obstáculos para melhorar sua posição no ranking global.

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