Em março deste ano, os investimentos estrangeiros no país totalizaram US$ 9,6 bilhões (cerca de R$ 49 bilhões), o maior patamar para o período desde 2012, quando a entrada de dólares foi de US$ 14,9 bilhões (R$ 76,09 bilhões). O acumulado de investimento estrangeiro no primeiro trimestre totalizou US$ 23,3 bilhões (quase R$ 119 bilhões), o maior desde 2017, segundo o Banco Central (BC).
O resultado superou as expectativas do mercado, que tinha uma projeção média de US$ 6,9 bilhões (R$ 35 bilhões) para o terceiro mês de 2024. A conta considera a participação no capital e a entrada de recursos para a aquisição ou aumento do capital social de empresas do país.
Também são incluídas na contabilidade as chamadas operações intercompanhia, que abrangem a concessão de créditos por subsidiárias ou filiais no exterior a suas matrizes no país.
O BC avalia que o Brasil deve atingir US$ 70 bilhões (R$ 357,45 bilhões) em investimento direto no fechamento do ano, valor que equivale a 3% do PIB (Produto Interno Bruto) e representa uma recuperação do acumulado entre janeiro e dezembro de 2023, quando a entrada de dólares para investimento foi de US$ 64,2 bilhões (R$ 327,83 bilhões), uma queda de 13,9% em relação ao ano anterior.
O Brasil perdeu o “selo de bom pagador”, o chamado grau de investimento, em 2015, mas agências de classificação risco, como a Moody’s, têm reavaliado as condições e melhorado a perspectiva sobre a segurança de aplicação de recursos estrangeiros no país.
Nesta quarta (1º), a Moody’s elevou a projeção de crédito do país de “estável” para “positiva”. O Brasil tem atualmente uma nota Ba2, que é um grau especulativo e fica a dois passos do grau de investimento. Há expectativa de que outras instituições, como a S&P Global Ratings e a Fitch, também revisem a nota do país em breve.