Brasileiros renegociam dívidas de serviços básicos por falta de dinheiro

Atualizado em 2 de julho de 2022 às 22:27
Brasileiros renegociam dívidas de serviços básicos por falta de dinheiro
Pessoas protestam pelo alto preço das contas de luz
Foto: Reprodução

Com o aumento contínuo dos alimentos e dos serviços básicos no Brasil de Bolsonaro, como água, luz e gás, e o salário que não condiz com a inflação, a população, principalmente os mais pobres, são obrigados a escolher quais dívidas devem ser quitadas e o que ficará em falta em casa. Cerca de 193 mil pessoas já tiveram que renegociar o valor da conta de energia no primeiro semestre do ano.

“Você prioriza sobreviver, com essa dificuldade você deixa pra trás as coisas menos importantes”, contou o motorista Eduardo Zamba para uma reportagem da Globo.

Atraso e cortes feitos por empresas privadas que controlam a luz e a água da população é a realidade enfrentada por muitos brasileiros. Ronaldo, que é motorista de aplicativo, falou um pouco da sua história: “Eu optei por fazer isso, pagar três, quatro contas por dia, não vou pagar os juros, e eles ligam de novo. E não deixar atrasar mais, né? Porque ficar sem luz não dá, né?”, relatou.

Ele afirmou que conseguiu quitar as dívidas neste sábado (02), na empresa distribuidora.

“Tô com a água cortada. Mas vou receber essa semana, se deus quiser”, contou Evani Maria Lima, dona de casa.

Na capital mais populosa do país, a distribuidora de energia registrou um aumento de quase 77% nas negociações de parcelamento de dívida, entre janeiro e maio de 2021, em relação ao mesmo período do ano passado.

Em outros estados também atendidos pela mesma distribuidora, Rio de Janeiro, Goiás e Ceará, a alta foi de mais de 50%.

“Para as famílias de menor renda, alternativa que elas têm, dado que a inflação já reduziu sua renda, comprometeu boa parte do orçamento, é sim o parcelamento, é a negociação. O que é importante é que o controle financeiro é, e principalmente esse planejamento das parcelas, ele seja mantido em dia para que lá na frente não haja novos problemas que venham comprometer aí, não só a oferta desses serviços, como também a questão de restrição aos nomes dessas famílias”, afirmou Joelson Sampaio, professor de economia da FGV.

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