O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) planeja mostrar que tem apoio popular para constranger o Supremo Tribunal Federal (STF) durante a manifestação prevista para ocorrer na manhã deste domingo (21) em Copacabana, no Rio de Janeiro.
Segundo o Estadão, a ideia é que a ofensiva continue até as vésperas das eleições municipais, marcadas para outubro deste ano.
Bolsonaro pretende usar os ataques do bilionário Elon Musk, dono do X (antigo Twitter), ao ministro Alexandre de Moraes para se apresentar como vítima de perseguição política.
Valdemar Costa Neto, presidente do PL, discorda da estratégia de usar Musk contra Moraes. “O Elon Musk está brigando com o Alexandre. Isso é um problema deles lá. Nós já temos as nossas brigas aqui. Foi um erro termos entrado nisso”, afirmou o político ao Estadão.
Apesar disso, Bolsonaro pretende explorar esse tema na manifestação no Rio. Em um vídeo convocando seus apoiadores para o evento bolsonarista, o ex-presidente disse que o país está à beira de uma “ditadura”, referindo-se indiretamente a relatórios recentes sobre ações de Moraes para remover perfis de redes sociais.
Mesmo inelegível até 2030, Bolsonaro continua agindo como se estivesse em campanha, participando de manifestações pelo país.
Entre as cidades que o ex-chefe do Executivo visitará estão Joinville (SC), Porto Alegre (RS), Curitiba (PR), Belo Horizonte (MG), Campo Grande (MS) e Vitória (ES).
“O roteiro não está totalmente fechado porque não estou podendo conversar com o Bolsonaro”, disse Valdemar. “Inclusive, no Rio, eu não poderei ficar no palanque quando ele estiver lá”, acrescentou.
Desde 8 de fevereiro, quando foi deflagrada a operação Tempus Veritatis, Moraes proibiu o contato entre Bolsonaro e Valdemar. Na ocasião, o presidente do PL foi preso pela Polícia Federal (PF) por posse ilegal de arma de fogo.