Brigas, encalhes, descontos: por que as ações da Tesla, de Elon Musk, estão ladeira abaixo

Atualizado em 23 de abril de 2024 às 8:41
O bilionário Elon Musk. Foto: reprodução

As ações da Tesla (TSLA34), fabricante de carros elétricos liderada pelo extravagante bilionário Elon Musk, sofreram uma queda de 43% em valor na Nasdaq, a Bolsa eletrônica dos Estados Unidos, apenas neste ano.

No mercado brasileiro, os recibos de ações (BDRs) também estão em queda, registrando uma perda de 37% até o dia 19, de acordo com a Elos Ayta. No final de 2023, a Tesla estava avaliada em US$ 789,8 bilhões. Entretanto, devido à contínua queda, a avaliação de mercado da empresa caiu para US$ 468,3 bilhões, conforme a Elos Ayta.

As vendas da Tesla estão em declínio, com a montadora com sede em Austin, Texas, entregando 387 mil carros em todo o mundo entre janeiro e março deste ano, o que representa uma queda de 8,5% em relação ao mesmo período do ano anterior. Na terça-feira (23), a empresa ainda divulgará seus resultados financeiros do primeiro trimestre do ano após o fechamento do mercado.

Em resposta a esse cenário, a fabricante anunciou na semana passada que planeja demitir 10% de seus funcionários, cerca de 15 mil em todo o mundo, marcando o maior corte de empregos dos últimos anos.

Tesla perde terreno

A queda nas vendas da Tesla não reflete a tendência do mercado de carros elétricos, que está em ascensão. A empresa, que antes dominava esse mercado, agora enfrenta uma concorrência crescente, levando a uma redução em sua participação no mercado americano de 65% para 51%.

Elon Musk's Big Lie About Tesla Is Finally Exposed
Elon Musk. Foto: reprodução

Para lidar com essa competição e estimular as vendas, a Tesla reduziu os preços de alguns de seus modelos, incluindo descontos significativos em modelos vendidos na China, seu maior mercado.

Além disso, o aumento das taxas de juros nos Estados Unidos tem impactado negativamente, diminuindo as expectativas de crescimento futuro e afetando o valor de mercado da Tesla, como explica William Castro Alves, economista e sócio da corretora digital Avenue.

“Muito do valor de mercado da Tesla, como acontece com a maior parte das empresas de tecnologia, é a geração de caixa futura. Quando os juros estão altos, essas companhias crescem menos e o valor cai”, explica Castro Alves.

Polêmicas de Musk

Os críticos também apontam a gestão de Elon Musk como um fator contribuinte para a crise na Tesla, alegando que sua atenção dividida entre projetos como o Twitter (antigo X), SpaceX e disputas desnecessárias está prejudicando o foco da empresa.

Vale destacar que nas últimas semanas, o empresário criticou duramente o ministro do STF, Alexandre de Moraes, insinuando o fechamento do X no Brasil devido a questões de censura.

O proprietário da rede social também pediu a renúncia ou impeachment de Moraes, chamando-o de “Darth Vader do Brasil” e prometendo “revelar” como suas decisões supostamente violam as leis brasileiras. Além de Moraes, Musk também começou a fazer ataques ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Após as declarações, Moraes determinou a abertura de um inquérito pela Polícia Federal (PF) para investigar a conduta do empresário, incluindo possíveis crimes de obstrução à justiça e incitação ao crime. Ele também ordenou a inclusão de Musk como investigado no inquérito das milícias digitais, que já está em andamento no STF.

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